Mulher foi encontrada enforcada em terreno da BR-040
PUBLICADO EM 26/10/18 - 12h02
NATÁLIA OLIVEIRA
SIGA PELO TWITTER @OTEMPO
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre a morte da grávida Mara Cristina Ribeiro, de 23 anos, que teve sua bebê arrancada da barriga na cidade de João Pinheiro, na região Noroeste do Estado. As investigações foram concluídas e encaminhadas à Justiça nesta quinta-feira (25).
Mara foi morta no último dia 16 de outubro. Grávida de 8 meses, ela foi amarrada a um troco, teve a barriga aberta e sua filha foi retirada e roubada.
A suspeita, de 40 anos, foi indiciada pelos crimes de dar parto alheio como próprio, subtração de incapaz e homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, traição mediante emboscada e ocultação de outro crime. Somados, os crimes podem chegar a até 38 anos de prisão, porém, pelas leis brasileiras, o máximo que um condenado fica preso é 30 anos.
O titular da Delegacia de João Pinheiro, delegado Anderson Rosa da Silva, contou que a suspeita já tinha "umas dez passagens pela polícia por crimes menores como calúnia, ameaça, danos." O mais grave, segundo Silva, foi um roubo.
O marido dela, de 57 anos, que também chegou a ser preso preventivamente pelo crime, não foi indiciado, porque ficou confirmado que ele não teve participação na morte. "A suspeita forjava a gravidez para o marido. Ficou constatado que ele não sabia de nada e não ajudou no crime", disse o delegado. O inquérito já foi remetido à Justiça.
A suspeita e o marido estão presos, mas ele pode ser liberado em breve por causa da conclusão do inquérito.
Grávida estava viva quando bebê foi retirado
De acordo com a Polícia Civil, o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a morte da mulher foi por anemia hemorrágica interna e externa, o que indica que Mara estava viva quando o bebê foi arrancado de sua barriga. Em depoimento à Polícia Civil, a suspeita já tinha dado essa informação.
A recém-nascida, filha da vítima, sobreviveu ao crime e está internada no Hospital São Lucas em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, com quadro estável. Mara tem outra filha, de 1 ano, que está com o pai.
O crime
O corpo de Mara foi encontrado em um terreno perto de um posto desativado da Polícia Rodoviária Federal (PRF), às margens da BR-040, ainda na cidade de João Pinheiro, no último dia 16. A vítima estava desaparecida desde o dia anterior (15).
O caso passou a ser investigado depois que um casal chegou com a recém-nascida de Mara no Hospital Municipal de João Pinheiro dizendo que a menina era deles.
Segundo a polícia, a bebê estava ferida na cabeça e precisou ficar hospitalizada. Os médicos do hospital desconfiaram da versão e pediram a mulher para fazer exames, porque ela não aparentava ter ganhado um bebê recentemente. Com a desconfiança, a Polícia Militar foi acionada.
Enquanto os militares registravam a ocorrência, eles receberam a informação que uma mulher de 23 anos estava grávida de 8 meses e tinha desaparecido. Familiares de Mara relataram que ela morava junto com a suspeita do crime.
Depois da insistência dos militares, a suspeita confessou que a recém-nascida não era dela e disse que não sabia onde a mãe da criança estava. Segundo a mulher relatou aos militares, a última vez que ela viu a desaparecida foi no bairro Água Limpa, onde as duas teriam se encontrado com uma amiga em comum.
Essa terceira mulher, segundo a versão da suspeita, teria feito o parto da jovem. Ela teria chegado com a criança nos braços e pedido ajuda, pois a menina estaria machucada. A suspeita chamou o marido, e os dois a levaram para o hospital.
À Polícia Civil, a suspeita confessou o crime e disse que queria ficar com a menina. Pelo Facebook, ela já forjava uma gravidez postando fotos com sapatinho de bebê. A mulher afirmou que agiu sozinha e confessou que a versão contada para a Polícia Militar era falsa.
Ela disse à Polícia Civil que atraiu Mara para o terreno baldio, a dopou com álcool, a amarrou no tronco e usou uma faca de cozinha para abrir a barriga e roubar a criança.
Jornal OTempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário