Por MGTV
06/08/2018 19h34
O médico de 77 anos suspeito de abusar sexualmente de uma paciente durante uma consulta se apresentou na tarde desta segunda-feira (6) na Delegacia da Mulher de Juiz de Fora para prestar depoimento. José Tarcísio Furtado pode ser preso caso seja indiciado pelo crime de posse sexual mediante fraude.
O médico chegou à delegacia acompanhado do advogado por volta das 14h30. Ele prestou esclarecimentos para a delegada Angela Fellet e voltou a afirmar que é inocente. “Só espero e quero que a Justiça veja isso aí o mais rápido o possível, porque eu não aguento mais", desabafou.
Furtado é suspeito de ter tocado o corpo de uma paciente de 23 anos de maneira maliciosa durante um atendimento médico no Hospital São Vicente. O caso ocorreu no final de julho.
Médico prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (6) na Delegacia da Mulher em Juiz de Fora (Foto: Reprodução/TV Integração)
Esse não seria o único abuso cometido pelo médico. O primeiro boletim de ocorrência contra o profissional foi registrado em 2001. Outros dois boletins foram registrados em 2016 e no início deste ano.
Os últimos três registros são de oportunação ofensiva ao pudor, que é uma contravenção penal. Mas a delegada responsável disse que o caso pode ser investigado como posse sexual mediante fraude, que é considerado crime.
"A gente está tratando como posse sexual mediante fraude, cuja pena é de dois a seis anos de reclusão. Apareceram outras vítimas, inclusive uma de 57 anos que disse que aconteceu a mesma coisa com ela quando ela tinha 19 anos. Então a gente vê que essa conduta é reiterada, acontece há decadas, e que ele utiliza sempre o mesmo modo de agir com todas as vítimas", disse Fellet.
Ainda conforme a delegada, o médico é suspeito de agir de maneira semelhante com todas as pacientes. “Era o uso do estetoscópio para poder estar acariciando as partes íntimas das vítimas, ou então colocando as vítimas em posição como se estivesse fazendo um exame, de forma em que ele pudesse pressionar o corpo dele contra o delas", concluiu.
O caso segue em investigação.
CRM investiga denúncias
A delegacia do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Juiz de Fora encaminhou no dia 31 de julho um ofício para a corregedoria da entidade, em Belo Horizonte, com as denúncias sobre os supostos abusos sexuais praticados pelo médico e ex-vereador em pacientes.
O delegado do CRM, José Nalon, explicou que a partir de agora um procedimento deve ser instaurado para indicar um conselheiro, que vai instruir a sindicância. No entanto, é certo que ele vai precisar se explicar para o sindicato da categoria.
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