Por MGTV
11/06/2018 19h54
Quase 10% dos eleitores de Juiz de Fora estão impedidos de votar em 2018 (Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo )
Em Juiz de Fora, 43 mil eleitores não vão votar nas eleições deste ano. O número corresponde a 10% dos 440.952 votantes na cidade, segundo a Justiça Eleitoral. Desse total, 40.205 são de títulos cancelados e 2.795 de suspensos.
A chefe do cartório, Vilma Sinnott, explica que o título eleitoral pode ser suspenso quando o eleitor está em cumprimento do serviço militar obrigatório, foi condenado criminalmente com sentença transitada em julgado, condenado por improbidade administrativa ou declarado incapaz para os atos da vida civil (incapacidade civil absoluta).
Nessas situações, a pessoa não poderá votar enquanto durarem os efeitos da exclusão, tendo os direitos políticos suspensos.
Já o cancelamento do título pode ocorrer, em regra, por ausência nas urnas por três eleições consecutivas e pelo não comparecimento à revisão do eleitorado, cujo procedimento visa à comprovação do domicílio eleitoral, ocorrida no município de inscrição.
A regularização só pode ser feita depois do dia 5 de novembro, quando passar as eleições deste ano.
Para o cientista político Paulo Roberto Figueira Leal, os números são preocupantes.
"Isso é um sintoma de algo maior, uma descrença de setores importantes da sociedade sobre o processo eleitoral. Em última instância, revela, inclusive, uma descrença do próprio ambiente democrático com a solução para as questões nacionais. Não participar das eleições é o pior jeito de tentar mudar alguma coisa", explica.
Paulo Roberto afirma também que, em uma eleição apertada, por exemplo, os 43 mil eleitores que não vão comparecer às urnas poderiam fazer a diferença.
"A esse número têm que ser somadas as abstenções, os votos nulos e em branco. É um número expressivo. Quanto mais pessoas deixarem de participar, mais existe a chance de produzir resultados que nem sempre são a posição média da sociedade. Não tem jeito de mudar a política se afastando dela e sim participando", observa o cientista político.
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