terça-feira, 3 de abril de 2018

Sargento denuncia tenente por assédio sexual no Exército em Juiz de Fora

Por MGTV

03/04/2018 19h27 
Vítima relata ter sido abusada por superior dentro do quartel em Juiz de Fora (Foto: Reprodução/TV Integração)

Uma sargento denunciou os superiores por assédio sexual dentro do Quarto Departamento de Suprimentos (4º Dsup) do Exército em Juiz de Fora.

Segundo ela, o caso teve início em 2016 e partiu de um tenente. A situação, no entanto, piorou quando uma amiga de farda decidiu levar a denúncia ao comando militar.

Através de nota, o Exército afirmou que quando teve conhecimento do caso pelo advogado da sargento, informou à 4ª Região Militar, em Belo Horizonte. Na época, já estava em curso um procedimento administrativo para apuração dos fatos e que foi encaminhado para a Justiça Militar. O Exército declarou que não compactua com qualquer conduta indigna de seus integrantes.

“Eu estava sempre no armazém conferindo mercadoria e quando eu entrava na sessão dele para pegar alguma via ou algum empenho, ele me tocava sem a minha autorização. Dava tapa no meu bumbum, dizia que eu gostava, que sabia que eu gostava e queria mais”, denunciou a sargento.

De acordo com a oficial, o assédio foi feito pessoalmente, em um primeiro momento, e depois seguiu acontecendo também virtualmente através das redes sociais. A sargento alegou ter aceitado manter o contato para consolidar provas de que ela era assediada. Nas conversas, o oficial se insinua para a tenente, que nega ter vontade de estabelecer relacionamento.

Para solucionar o caso, a sargento decidiu recorrer à Justiça e, para isso, procurou ajuda de um advogado especialista em Direito Militar. O profissional, no entanto, não foi reconhecido pelo Exército como representante legal da denunciante. Mesmo assim, a instituição abriu uma sindicância e concluiu que o assédio sexual aconteceu.

Com o andamento do processo, a sargento começou a receber punições dentro do quartel. Com depressão, a militar conseguiu se afastar com licença médica de 60 dias. Mesmo com o afastamento, a sargento era obrigada a se apresentar pelo menos uma vez por semana, sob o risco de ser presa em caso de descumprimento.

“Hoje eu entendo porque muitas mulheres são estupradas e não denunciam, são agredidas e não denunciam, porque eu tenho o tempo inteiro que provar que eu sou uma pessoa decente e que não merecia aquilo, como se o simples fato de eu dizer ‘não’ não bastasse”, completou.

Sede do Exército em Juiz de Fora (Foto: Reprodução/TV Integração)
https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/sargento-denuncia-tenente-por-assedio-sexual-no-exercito-em-juiz-de-fora.ghtml

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