Jungmann é o contrário de Temer. Você sabia?
Carlos Newton
Atendendo a insistentes pedidos do presidente Michel Temer, o ministro Extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, determinou que a Polícia Federal apure o vazamento de informações sobre o inquérito que investiga irregularidades no chamado Decreto dos Portos, que beneficiou empresas ligadas ao chefe do governo. Em nota divulgada à imprensa, o ministro acrescentou que é “inadmissível” comprometer o direito de defesa de qualquer cidadão ou do presidente da República, acrescentando que vazar informações é ato passível de sanções penais.
Como se vê, a política é um teatro. Enriquecido ilicitamente, Temer faz o papel do “perseguido” e dá uma entrevista emocionante, para proclamar: “Não tenho casa de praia, não tenho casa de campo, não tenho apartamento em Miami, não tenho vencimentos e salários a não ser aqueles dentro da lei”.
POBRE MENINO RICO – Quem vê o presidente da República se defendendo com tanta veemência, até pensa que estamos de volta aos tempos de Getúlio Vargas, que ficou 15 anos no poder e não se tem notícia de que seu patrimônio tenha aumentado, muito pelo contrário. Mas a realidade atual é muito diferente.
Para garantir o futuro da família, Temer está transferindo seus bens em vida. Passou para o nome do filho Michelzinho não somente a titularidade da mansão no Alto de Pinheiros, uma das áreas mais valorizadas de São Paulo, como também a propriedade de dois luxuosos conjuntos de sala no centro da cidade, um patrimônio total avaliado em R$ 8 milhões, nada mal para um pobre menino rico de apenas 9 anos.
A bela Marcela também foi agraciada com a compra de uma belíssima, que lhe foi vendida pelo amigo José Yunes, no valor estimado em R$ 4 milhões.
PARTE DO PATRIMÔNIO – Esses R$ 12 milhões de mãe e filho são apenas parte do patrimônio de Temer, tudo ganho com vencimentos e salários “dentro da lei”, nas próprias palavras do presidente, que recentemente teve um arroubo de transparência e anunciou que iria exibir sua movimentação bancária, mas logo a seguir se arrependeu, sem indicar o motivo.
Agora, Temer exige investigação sobre o vazamento, como se fosse legalmente possível obrigar o jornalista a entregar suas fontes. O ministro Jungmann, constrangido, apenas finge atendê-lo, pois sabe que não vai dar em nada e a força-tarefa da Lava Jato continuará vazando informações, sempre que for do interesse da nação. Apenas isso.
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P.S. – O mais curioso nesta história é que Jungmann é o contrário de Temer e nem casa própria possui. Mora em imóvel alugado e seu único bem disponível é um carro usado, no valor de uns R$ 50 mil. É suplente de deputado e precisa desesperadamente do cargo de ministro para pagar as contas. Concluindo: a gente pode até não gostar do Jungmann, mas não há dúvida de que se trata de um homem honesto, coisa rara na política. (C.N.)Posted in C. Newton
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