Braga Netto fala hoje sobre a intervenção no Rio
Jorge Béja
Os brasileiros são hospitaleiros, festeiros e pacíficos. A Guerra do Paraguai, que Julio José Chiavenato, em “Genocídio Americano: a Guerra do Paraguai”, classifica como uma tremenda covardia do Exército Brasileiro contra o povo paraguaio (o que é discutível), foi uma exceção para nunca mais ser repetida. O interventor que o presidente Temer nomeou para comandar as polícias militar e civil do Estado do Rio de Janeiro, general Braga Netto, anunciou que no dia de hoje, terça-feira, 27 de fevereiro de 2018, vai tornar público o plano de ação da interventoria contra a violência.
É possível que o sentimento pacifista leve o general a oferecer, primeiro, e em curto espaço de tempo, a possibilidade da rendição e entrega das armas por parte dos meliantes. Se tanto acontecer, será medida sensata, ainda que não venha ser atendida, ou que venha ser minimamente correspondida.
SOB SIGILO – No mais, fora a indicação de nomes para estes e aqueles postos de comando, é certo que o general não vai revelar o plano estratégico de ação.
A violência que tem como sede-central a cidade do Rio de Janeiro é tamanha e tão gigantesca e incontrolável que os agentes públicos que estarão à frente do combate e das investigações (Forças Armadas e Polícias, Civil e Militar), salvo a ocorrência de fato inexplicável, injustificável e de anormalidade gritante, todos entram nesta batalha protegidos, desde logo, com as excludentes de criminalidade da legitima defesa, própria e de terceiros (a); estado de necessidade (b); estrito cumprimento do dever legal (c) e da garantia do exercício regular de um direito (d).
VIDA OU MORTE – Já foi dito em artigo aqui publicado, que em caso de confronto, serão fuzis de um lado e fuzis de outro. Tudo marcado por ferocidade, portanto. E quem atirar primeiro fere de morte o outro. Pois é justamente essa situação de indiscutível perigo que cobre, prévia e antecipadamente, os agentes da lei com aquelas excludentes de criminalidade previstas na legislação penal.
Mas é preciso reiterar e dar a necessária ênfase: falida é a segurança pública. A intervenção é na segurança pública. E segurança pública não é segurança particular ou privada. Ela é pública. É de toda a população, de todo o povo, e todos estão sem a indispensável segurança pública que faliu.
E por segurança pública se entende, primordialmente, policiamento ostensivo, visível, fardado e armado, ininterrupto, permanente, 24 horas por dia, em todos os cantos públicos na Cidade do Rio de Janeiro e adjacências. Cidade policialesca, como reclamam os que acham a medida midiática? Que seja. O que ninguém aguenta mais é conviver com o pavor, ver policiais e o povo sendo massacrados e assassinados todos os dias, num crescendo inimaginável de dor e sofrimento. Com o policiamento nas ruas — e isso é segurança pública — a criminalidade se reduz em mais de 50%. Os meliantes não ousarão atacar pedestres e transeuntes, porque sabem e enxergam o olhar-vigia protetivo do policiamento garantidor da segurança pública. E se tentarem, serão presos. A almejada paz no Rio pode estar começando no dia de hoje. Posted in J. Béja
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