12/11/2017 14h02
Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo
Alana Gandra, Débora Brito e Elaine Patricia Cruz - Repórteres da Agência Brasil
Andréa Cristina Alves, 46 anos, chegou atrasada para o segundo dia de aplicação do Enem 2017, na Universidade Estácio de Sá
Fernando Frazão/Agência Brasil
Como em todas as edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) os minutos finais antes do fechamento dos portões, que ocorre pontualmente às 13h, é marcado pela correria dos candidatos atrasados que não querem perder a prova. Na Universidade Estácio de Sá, no centro do Rio de Janeiro, ao menos duas candidatas chegaram atrasadas e não conseguiram entrar. Tatiane Paula Aristides, 26 anos, está concluindo o curso técnico em enfermagem e se inscreveu no Enem para tentar uma vaga de graduação na mesma área. “Vou tentar ano que vem, não vou desistir não”, disse.
Tatiane Paula Aristides, 26 anos, chegou atrasada para o segundo dia de aplicação do Enem 2017 - Fernando Frazão/Agência Brasil
A candidata mora na Vila do João, no Complexo da Maré, zona norte da cidade. Tatiane veio de moto com o irmão, mas a gasolina acabou na Avenida Presidente Vargas e ela teve que fazer o restante do trajeto a pé.
Já a candidata Andrea Cristina Alves, 46 anos, questionou o fechamento dos portões, que segundo ela ocorreu 30 segundos antes do horário previsto. É a terceira vez que ela participa do exame e reclamou dos seguranças da Estácio de Sá. Andrea, que mora na Candelária, no centro, alegou que os três filhos a fizeram sair atrasada de casa. Com a nota do Enem, ela pretendia pleitear uma vaga em cinema ou publicidade e marketing.
Apoio dos namorados
No campus da Universidade Paulista (Unip) em Pinheiros, São Paulo, um dos portões já estava fechado e o outro prestes a fechar. Um minuto antes Jhonatan Fernandes, 20 anos, corria muito para alcançá-lo. Ele não era candidato, mas acelerou o passo para entregar o documento de identidade para sua namorada, que o havia esquecido em casa e que aguardava ansiosamente na frente da escola para poder entrar no local da prova.
“Ela esqueceu de trazer o RG original. Trouxe uma cópia. Ela mora há uns 20 minutos daqui. Fui correndo, mas consegui”, contou ele à reportagem, ainda recuperando o fôlego. “No último minuto”, falou ele, dizendo que a corrida valeu a pena. “Valeu sim. A gente vai casar”, falou ele, rindo. “Eu já fiz a prova no ano passado e estou aqui só para acompanhar”.
Na Unip de Pinheiros, uma única estudante que chegou atrasada à prova de hoje não quis falar com a imprensa. Outro namorado que também correu para acompanhar a namorada foi Tulio de Lima Pereira, 18 anos. Segundo ele, a namorada mora na região do Grajaú, distante do local da prova. Eles saíram de casa 12h e tiveram dificuldade para pegar o metrô, que está com operação reduzida em algumas linhas hoje. “Viemos de metrô e de trem. Mas ela conseguiu entrar. Como o metrô está fazendo o teste da nova linha, eles estão agregando um novo sistema, e hoje está mais lento. Mas como eu conheço a região de Pinheiros toda, ia dar tempo”, falou. Eles chegaram poucos segundos antes dos portões fecharem.
Pais atrasados
No campus da Universidade Paulista (Unip) na Asa Sul, em Brasília, o pai de um dos candidatos chegou justo na hora dos fechamentos dos portões também para entregar o documento de identidade que o filho esqueceu em casa. O estudante já estava dentro do local da prova, mas, no primeiro instante, ele não foi autorizado a receber o documento do pai.
Outros pais que ainda estavam no local começaram a gritar pedindo que o pai pudesse entregar. Depois de receber a autorização, a coordenadora do local pegou o documento no portão e entregou ao jovem de 15 anos. O pai saiu aliviado.
"Eu estava trabalhando, deixei meu filho de menor na portaria e passei sinal vermelho tudo pra chegar na hora. Ele deixou o documento em casa. Cheguei em cima da hora, deu certo né”,disse Francisco Medeiros, que é porteiro.
Outra mãe chegou correndo pouco antes do fechamento, mas ela era a candidata. Mesmo morando próximo ao local da prova, Elivânia Lima, 33 anos, quase perdeu a hora porque estava cuidando do filho em casa. “Tive que fazer almoço para o meu filho, deixá-lo para uma outra pessoa cuidar e acabou que eu me atrasei.”
Edição: Amanda Cieglinski
Agência Brasil
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