Por G1 Zona da Mata
15/10/2017 10h37
Família de Juiz de Fora realiza campanha para conseguir os R$ 40 mil e pagar a cirurgia de que Alice precisa (Foto: Reprodução/Facebook)
Uma família de Juiz de Fora está mobilizando parentes, amigos e até desconhecidos nas redes sociais em uma missão contra o tempo. O motivo é conseguir arrecadar R$ 40 mil para pagar uma cirurgia particular para a bebê Alice Aparecida Melquiades Nascimento, de oito meses. Ela foi diagnosticada recentemente com craniostenose na modalidade dolicocefalia e precisa ser operada, de preferência, em até um mês.
"Eu - e ninguém que conheço - nunca tinha ouvido falar desta doença. O médico nos explicou com calma e eu fui pesquisar. Os bebês nascem com uma fissura na cabeça que fica aberta até um ano, porque o cérebro continua se desenvolvendo. A craniostenose é a fusão prematura desta fissura e a dolicocefalia é que o fechamento foi da parte posterior ao topo da cabeça", explicou ao G1 a mãe de Alice, a dona de casa Bianca Martins Melquiades.
O fechamento precoce foi descoberto em exame da pediatra, que encaminhou para um neurologista. Ele explicou aos pais que o único tratamento é a cirurgia, preferencialmente até os nove meses para evitar complicações.
"A tomografia comprovou o fechamento e o médico explicou que não tem outra opção. Precisa da cirurgia para reabrir a fissura. O crânio fecha antes da hora, comprime o cérebro e afeta o desenvolvimento natural. Por enquanto, ela está bem. Se nada for feito a tempo, pode acarretar alguma sequela, porque o cérebro não terá como crescer", comentou Bianca Melquíades.
A família não tem plano de saúde e então se deparou com o segundo desafio: a cirurgia não é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Juiz de Fora. Até iniciaram os procedimentos para solicitar a cirurgia via Justiça, com o laudo do médico explicando a gravidade e a urgência do caso, mas a resposta poderia não chegar a tempo. A alternativa é pagar pelo procedimento particular e veio o terceiro desafio: conseguir levantar o recurso necessário.
"Para ser operada pelo SUS, ela teria que entrar em fila de espera em hospitais no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Nós não temos tempo. Procuramos o especialista em Juiz de Fora. A gente não tem plano de saúde e esperava que a cirurgia ficasse em uns R$ 10 mil, seria complicado, mas a gente conseguiria apertar e dar um jeito. Quando ele falou que seria R$ 40 mil, a gente percebeu que seria quatro vezes mais complicado", comentou a mãe.
No entanto, passado o choque com o diagnóstico e o susto com o valor da cirurgia, a família se uniu e começou na última terça-feira (10), via divulgação em redes sociais, a mobilização em diferentes frentes para levantar o recurso. As pessoas podem ajudar indo a eventos em Aracitaba, onde possuem parentes, comprando rifas, depositando em uma conta aberta especialmente para isso ou doando em uma vaquinha online.
"Quando a gente descobriu, ficamos uns dois dias sem saber o que fazer. O diagnóstico assustou. A cirurgia preocupa, mas o valor é muito alto. O ideal é operar o quanto antes. Por isso, a família montou grupo em aplicativo de mensagens, decidiu tornar público nas redes sociais e várias pessoas iniciaram diferentes iniciativas para levantar os recursos", disse Bianca.
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