Por Bom Dia Rio
07/08/2017 07h17
Motorista de caminhão sofre sequestro na Avenida Brasil
A mãe do criminoso que fez um motorista refém na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro,na noite de domingo (6) ajudou a negociar o fim do sequestro. Ela estava em casa quando foi avisada de que o filho Emerson Garcia Miranda, de 19 anos, participava do assalto.
“Eu estava dormindo, chegou o meu vizinho me chamando, falando que ele estava preso num lugar aí que eu nem sei o nome, que era pra eu vir, que ele estava dentro do caminhão, com um rapaz junto, que ele estava com a arma na cabeça do rapaz. Eu peguei a moto e vim. Eu pedi a ele pra tirar a arma da cabeça do rapaz, botar no chão, deixar o rapaz descer e se render. Eu estou sem chão”, disse Fabiana Garcia dos Santos.
O representante da transportadora disse que a empresa está pensando em encerrar as operações pelo Rio. No último mês, em 30 dias de trabalho, 16 carretas foram roubadas.
“Quando estou em viagem para o Rio, ninguém quer vir. Ninguém quer vir, já está tendo funcionário dizendo que prefere ficar desempregado. A situação é essa que a gente vive. Até o pessoal daqui mesmo que faz a distribuição aqui não quer trabalhar mais, ninguém quer”, disse Leandro Fausto Batista, gerente financeiro da transportadora.
3 horas de tensão
O crime aconteceu pouco depois das 21h. A carreta saiu de Minas Gerais transportando quase 20 toneladas de carne. Os bandidos renderam o motorista Antônio Euclides Ribeiro Veríssimo na altura de Olaria. A polícia foi avisada, houve perseguição, troca de tiros. Na altura de Deodoro, na Zona Oeste, os policiais fizeram um cerco, atiraram nos pneus e conseguiram parar o caminhão.
O carro da quadrilha que fazia a escolta fugiu. Quando os policiais chegaram perto da carreta, o bandido que estava na cabine fez o motorista refém.
Homens do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE) da PM interditaram os dois sentidos da via, e negociadores do Batalhão de Operações Especiais (Bope) libertaram o refém após quase duas horas de negociação. Ao todo, foram perto de três horas de tensão.
O criminoso só liberou o motorista do caminhão quando a mãe chegou. Mancando, o motorista foi acompanhado até a ambulância por um policial. Na troca de tiros, ele foi atingido na perna, mas sem gravidade. Ele foi levado para o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo.
Enquanto os policiais verificavam o caminhão, o suspeito, com alguns ferimentos, foi levado para ambulância e seguiu para o mesmo hospital.
O motorista da carreta disse que foi abordado pelos criminosos antes mesmo de chegar à Avenida Brasil.
“Eu achei que eles tinham errado o caminho. Na primeira entrada da [Avenida] Brasil, eu desci a serra, naquilo que ele ficou meio indeciso, eu falei ‘o cara errou o caminho’, aí eu brequei e o cara já desceu e já me pegou do outro lado”, disse Antônio Euclides.
Depois de passar por essa situação, Antônio diz que, se pudesse, não voltaria mais ao Rio de Janeiro. ”Acho que eu não volto mais não, mas a gente precisa trabalhar, a gente não sabe. Mas, por mim, eu não voltaria mais não”, disse ele.
Por causa da interdição durante o sequestro, os reflexos no trânsito da Avenida Brasil foram grandes, mas muita gente nem sabia o que estava acontecendo. Alguns motoristas subiram nos canteiros e voltaram na contramão para fugir do congestionamento. A via só foi reaberta após quase três horas de interdição.
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