SEX 28 ABRIL 2017 12:22 ATUALIZADO EM SEX 28 ABRIL 2017 09:05
Divulgação/SES-MG
Neste ano, a chikungunya teve um aumento de mais de 3.251%, se comparado aos primeiros quatro meses de 2016. No ano passado, foram 298 casos nos primeiros quatro meses do ano. Já em 2017, foram 9.986 casos no mesmo período.
Transmitida pelo vetor Aedes aegypti, a chikungunya é uma doença viral que, na fase aguda, apresenta sintomas como febre alta, dor muscular, exantema (erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Em Minas Gerais, a circulação autóctone (dentro do próprio território) desse vírus acontece desde 2015.
Diante disso, as ações de enfrentamento, controle e prevenção se mostram muito importantes para evitar qualquer uma das doenças transmitidas pelo Aedes. Para o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Rodrigo Said, esse aumento no número de casos pode ser explicado por diversos fatores. Um deles é, justamente, a transmissão da doença pelo mosquito.
“Hoje, no nosso estado, temos todas as condições ambientais, econômicas, sociais e culturais para apresentar alto padrão de circulação e alta densidade. Outro fato é que estamos falando de um vírus que foi recentemente introduzido no nosso estado, com a sua circulação autóctone identificada no ano de 2015 - ele nunca circulou anteriormente. Assim, não temos proteção em nosso organismo, ou seja, proteção imunológica”, argumenta.
No estado, em 2016, foram registrados, durante todo o ano, 503 casos. Em 2015, foram 31 ocorrências.
Histórico
A primeira epidemia documentada dessa doença aconteceu no leste da África, entre 1952 e 1953. Uma curiosidade sobre a doença é que Chikungunya significa "aqueles que se dobram" em swahili, um dos idiomas da Tanzânia. Trata-se de uma referência à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos nessa primeira epidemia.
“Ao avaliar os dados históricos das doenças do Aedes em Minas Gerais – principalmente da dengue, que tem um padrão de circulação há mais tempo em nosso estado –, temos transmissão em todos os meses do ano. Ela tem um padrão de circulação endêmica e esse cenário pode se repetir para e zika e chikungunya”, explica Said.
O subsecretário destaca, ainda, que os ovos do mosquito podem sobreviver em um ambiente por mais de 360 dias sem contato com a água. “Assim, o mosquito encontra um criadouro e deposita seus ovos para que, quando chegar no período chuvoso - normalmente final do ano -, eles tenham a eclosão e completem esse ciclo, a partir do contato com a água. Por isso, essa ação dentro das residências tem que ser permanente independente da variação climática”, enfatiza.
'Atitude Gera Saúde'
Todo cuidado é pouco quando se trata de zika, chikungunya e dengue. Por isso, a SES-MG reforça que, apesar do fim do período chuvoso –tão característico do verão –, a prevenção, o controle e o enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti devem fazer parte da rotina doméstica. Sobretudo pelo fato de 90% dos focos serem intradomiciliares, ou seja, estarem dentro das casas das pessoas.
“É importante que as pessoas realizem ações simples, cotidianas e com frequência de uma vez por semana, que podem contribuir significativamente para a redução dos criadouros do mosquito dessas doenças”, ressalta o subsecretáriom que destaca que a rotina adotada pela população, em conjunto com as visitas de agentes de endemias (4 a 6 vezes por ano nas casas), representa um passo importante para se reduzir o número de casos das doenças.
Desde o final do ano passado, a SES-MG está com a campanha “Atitude Gera Saúde: Você vai deixar o Aedes marcar a sua vida?" Com esta pergunta, a secretaria quer sensibilizar a população sobre os riscos à saúde causados pelas doenças provocadas pela picada do Aedes, bem como mostrar que a prevenção – por meio da eliminação de água parada, é o melhor caminho para evitar estes agravos. Para outras informações, acesse ao site: www.saude.mg.gov.br/aedes.
Agência Minas Gerais
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