Assessor entregava propina de Lula em dinheiro vivo
Carlos Newton
O sociólogo Branislav Kontic, assessor do ex-ministro Antonio Palocci e apontado por Marcelo Odebrecht como entregador das propinas em dinheiro vivo ao ex-presidente Lula da Silva, tinha sido preso pela Lava Jato em 26 de setembro, por decisão do juiz Sergio Moro, mas foi solto no início de dezembro e passou o Natal em casa, por ordem do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre. Na época, ao revogar a decisão do juiz federal, os desembargadores do TRF consideraram que não havia no caso de Kontic nenhum dos pressupostos necessários para a prisão preventiva, como risco de fuga, possibilidade de destruição de provas ou coação de testemunhas.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Branislav foi preso por envolvimento direto na corrupção, pois trocava mensagens com Marcelo Odebrecht para marcar as reuniões do empresário com Palocci, quando eram discutidas medidas do governo Lula que poderiam beneficiar a empresa.
Quando decretou a prisão de Palocci e Kontic, o juiz Moro disse que a prisão era “um remédio amargo”, mas necessário porque os dois teriam intermediado o pagamento ilícito no exterior “de milhões de dólares e reais para campanhas eleitorais”.
TENTOU SUICÍDIO – Branislav Kontic tentou se suicidar depois que o juiz da Lava Jato decidiu transformar a prisão temporária em preventiva. A Polícia Federal afirmou que o sociólogo ingeriu cerca de 40 comprimidos na carceragem.
À época da tentativa de suicídio, o ex-deputado Adriado Diogo (PT) se manifestou nas redes sociais, lamentando a ocorrência e comparando ao assessor de Palocci ao ex-presidente Lula, em matéria de comportamento ilibado: “Meu grande amigo Brani, a pessoa mais honesta do mundo!”, postou o político petista.
E o advogado José Roberto Batochio, que defende Lula, Palocci, Mantega e Kontic, comemorou a decisão do TRF. “É um dos primeiros passos para romper o bloqueio imposto pelo Moro.”
MORO TINHA RAZÃO – Quatro meses depois, mais uma vez fica confirmado que o juiz Moro tinha agido acertadamente ao determinar a prisão do ex-assessor de Palocci, que. apesar de rivalizar com Lula na disputada da Piada do Ano, para se saber quem era o homem mais honesto do mundo, na verdade participou diretamente do esquema de corrupção.
A tentativa de suicídio não foi o protesto de quem era inocente, mas a depressão de quem era culpado. Quando ao TRF de Porto Alegre, a partir de agora os desembargadores federais terão mais cuidado antes de revogar decisões do juiz Moro. Se a Justiça é cega, devia providenciar imediatamente um cão-guia.
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