terça-feira, 25 de abril de 2017

Operação policial desarticula duas quadrilhas que comandavam o jogo do bicho pela Internet no RS

25 de abril de 2017
Dinheiro, inclusive estrangeiro, é apreendido em operação realizada em 14 cidades gaúchas / Foto: Polícia Civil

Uma grande operação policial é realizada na manhã desta terça-feira (25) em 14 cidades gaúchas para desarticular duas quadrilhas que se especializaram no jogo do bicho. As duas organizações criminosas informatizaram o esquema e passaram a controlar a contravenção penal pela internet em mais da metade do Estado. Segundo a polícia, os grupos movimentaram em quatro anos de atuação R$ 521 milhões.

Operação 
De acordo com a delegada Ana Tarouco, diretora da Delegacia Regional de Santana do Livramento, 212 policiais cumpriram hoje 14 mandados de prisão preventiva, sete de condução coercitiva e 73 de busca e apreensão. Além disso, a polícia apreendeu, através do crime de lavagem de dinheiro, 57 veículos e 19 imóveis avaliados em R$ 11 milhões. Ao todo, 67 contas bancárias foram bloqueadas.

A operação “Deu Zebra” ocorre nas seguintes cidades: Bagé (onde foi preso o líder de uma das quadrilhas), São Gabriel (onde foi preso o líder da segunda quadrilha), Santana do Livramento, Rosário do Sul, Cacequi, Quaraí, Dom Pedrito, São Sepé, Caçapava do Sul, Santa Rosa, Santo Ângelo, Pelotas (onde reside um técnico de informática envolvido no esquema), Taquara (onde há uma empresa de tecnologia que fornece dados para os criminosos) e Porto Alegre (onde fica uma empresa de informática investigada por armazenar dados para os bicheiros).

“É a maior operação de lavagem de capitais da Polícia Civil do Rio Grande do Sul até agora, de acordo com o volume financeiro movimentado”, explica o chefe de Polícia, delegado Emerson Wendt.

Informatização 
Segundo a investigação de um ano e dois meses, os bicheiros, a partir de Bagé e de São Gabriel, começaram a controlar a contravenção penal pela internet em mais da metade do Estado. Eles compraram máquinas de cartão de crédito e acionaram o mesmo técnico em informática, de Pelotas, para instalar um software e alterar os equipamentos para o jogo do bicho.

Uma empresa de Taquara é suspeita de fornecer os dados e outra em Porto Alegre é investigada por armazenar estes dados. A delegada Ana Tarouco explica que os contraventores usam uma tecnologia chamada “M2M” ou “machine to Machine (máquina a máquina)” que possibilita a conexão com troca de informações em tempo real de dispositivos ou aparelhos à internet, sem a utilização de fios.

As duas quadrilhas trocam informações e têm em comum a utilização do mesmo técnico em informática. Os grupos ainda têm conexão com bicheiros de outros estados, principalmente de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.

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