sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Reforma da Previdência ameaça dividir o país entre civis e militares


Para aliviar a barra, Jungmann inventou um falso projeto

Bárbara Nascimento
O Globo

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira que as Forças Armadas estão dispostas a contribuir para diminuição do déficit previdenciário e já negociam os termos de um projeto de lei para alterar regras do regime de proteção social da categoria. Os militares ficaram de fora da reforma proposta nesta semana pelo governo e devem ser tratados em uma proposta separada.

A estimativa do ministro é que ela seja enviada à Casa Civil até o início de fevereiro. Segundo ele, nada foi descartado nas negociações e tudo está na mesa, inclusive a possibilidade de aumento do tempo de serviço e da contribuição dada pelos servidores à pensão, hoje de 11%.

— Tudo está posto, não estamos excluindo nenhuma opção — disse.

Jungmann disse que uma possível vedação ao acúmulo de salários e pensões por dependentes de militares será tratada no projeto de lei que será enviado ao Legislativo. O governo mudou na última hora a proposta de emenda constitucional (PEC) que foi encaminhada ao Congresso Nacional para excluir do texto a proibição desses acúmulos para militares, o que gerou críticas de que estaria, na verdade, desvirtuando o projeto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, o ministro Jugmann está mentindo. Não há projeto algum em negociação referente aos militares, é tudo só conversa fiada, favorecimento e protecionismo. O que existe é um governo fraco, que se submete a qualquer tipo de pressão. Os militares disseram não, e o governo se curvou. O fato concreto é que o projeto da reforma da Previdência Social é um tremendo equívoco, porque divide a sociedade brasileira entre civis e militares (incluindo PMs e bombeiros), algo verdadeiramente inimaginável e que sequer foi aventado durante a longa ditadura militar. É claro que esse projeto terá de ser recusado no Congresso. Ao parece que parece, existe uma trama para destruir a democracia no Brasil e o governo Temer, por incompetência, está dando força a essa manobra. (C.N.)

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