sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Temer se enrola ao falar sobre recebimento de R$ 1 milhão da Andrade Gutierrez

Parola é um porta-voz trapalhão, que não explica nada

Deu em O Tempo
(Agência Estado)

O presidente Michel Temer disse, por meio do porta-voz Alexandre Parola, que não houve irregularidades no recebimento de cheque de R$ 1 milhão em seu nome durante a campanha para vice-presidência em 2014. “Trata-se de um cheque nominal ao PMDB repassado à campanha do então vice-presidente, datado de 10 de julho de 2014. Reitera-se que não houve qualquer irregularidade na campanha do então vice presidente Michel Temer”, disse. Após a fala do porta-voz, a assessoria do Planalto entregou aos jornalistas um papel sulfite com a cópia do documento.

O cheque da construtora Andrade Gutierrez diverge da versão do ex-presidente da empreiteira e delator Otávio Azevedo apresentada em seu depoimento na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE em setembro deste ano. Na ocasião, o delator afirmou que a empreiteira doou em março de 2014 R$ 1 milhão ao diretório nacional do PT e que esse valor teria sido pago como parte de um acerto de propina de 1% dos contratos da Andrade com o governo federal.

A quantia, na versão de Otávio, teria sido repassada do diretório petista para a campanha da chapa Dilma-Temer em março. O cheque e os registros da prestação de contas, contudo, mostram que o repasse feito em 14 de julho foi, na verdade, para o diretório nacional do PMDB, em nome de Michel Temer e que, posteriormente, fez o depósito para a campanha da chapa Dilma-Temer. A defesa de Dilma Rousseff no processo acusou o delator de prestar falso depoimento à Justiça Eleitoral e pediu ao Ministério Público que apure o caso.

PADILHA ENVOLVIDO – Sobre a razão para a contratação de uma gráfica cujo proprietário é cliente do escritório de advocacia do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, por quase R$ 2 milhões na campanha, conforme revelou o portal UOL, o porta-voz disse que o ministro Padilha já informou que não houve irregularidade na contratação da empresa e que as contas foram apresentadas ao TSE.

Segundo Parola, os critérios que justificam a contratação foram “economicidade e viabilidade na distribuição de material”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Esta matéria veio toda equivocada, com erros nas datas, e fizemos a gentileza de corrigir. O empresário Otávio Azevedo disse que em março de 2014 a Andrade Gutierrez deu uma propina de R$ 1 milhão ao PT para a campanha de Dilma. A defesa de Dilma entregou agora à Justiça documentos que mostram uma doação de R$ 1 milhão ao PMDB, em julho de 2014, através de cheque a Michel Temer. Até aí, morreu Neves, como se dizia antigamente. O que se precisa saber é se houve apenas uma doação-propina de R$ 1 milhão ou se foram duas doações de R$ 1 milhão – uma para o PT, em março, como propina, e a outra, a Temer, em julho, como doação oficial de campanha. Até agora, essa questão não foi esclarecida. Por isso, o porta-voz Parola complicou Temer, pois não levantou a hipótese da doação dupla. Quanto a mostrar a cópia do cheque de julho, o assessor de Temer choveu no molhado, porque a defesa de Dilma já havia exibido o mesmo cheque. Vamos aguardar. Está ficando engraçada essa briga. (C.N.)

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