Juiz Moro levou em conta a situação do Estado do Rio
José Carlos Werneck
Seria uma “afronta” deixar em liberdade os investigados usufruindo do produto milionário de seus crimes”, enquanto a população do Rio sofre com a “notória situação de ruína das contas públicas”. “Por conta de gestão governamental aparentemente comprometida por corrupção e inépcia, impõe-se à população daquele Estado tamanhos sacrifícios, com aumentos de tributos e corte de salários e de investimentos públicos e sociais. Uma versão criminosa de governantes ricos e governados pobres”.
Foi esta a magistral assertiva do juiz Sergio Moro, no despacho em que decretou a prisão de Sergio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro.
A grave crise econômica vivida pelo estado sensibilizou o magistrado ao assinar os mandados de prisão contra o ex-governador e seus ex-assessores, na 37ª fase da Operação Lava Jato. Sergio Moro destacou, também, os indícios de que os investigados estariam tentando destruir provas e esconder recursos ilícitos.
PACOTE DE MALDADES – governador Luiz Fernando Pezão, aliado de Cabral, enfrenta grandes resistências para aprovar na Assembleia Legislativa um esdrúxulo pacote de arrocho para tentar reequilibrar as finanças do falido estado que “administra”.
Quarta-feira, pela segunda vez em menos de trinta dias, o centro da capital fluminense foi cenário de confrontos entre o Batalhão de Choque da Polícia Militar e servidores públicos de diversas categorias que protestavam contra as descabidas propostas do governador Pezão.
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