quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Audiência debate segurança de motoristas e cobradores de ônibus

Ludmila Azevedo 25 Outubro 2016 21:40

Secretário de Segurança Urbana e Cidadania destacou o alto número de assaltos a ônibus comparando com dados do ano passado. Foto: Jéssica Pereira

Os trabalhadores do Sindicato de Transportes Coletivo (Sinttro) se reuniram na Câmara Municipal para demandar, em audiência pública, maior segurança em suas funções. O encontro aconteceu na tarde dessa terça-feira, 25. De acordo com o presidente do Sinttro, Vagner Evangelista Correa, os motoristas e cobradores têm sido vítimas de diversos assaltos a ônibus neste ano.

“Nosso maior medo é que o assalto aos funcionários acabe desencadeando algo mais grave, como uma agressão. Pode acabar acontecendo algo mais grave, até mesmo uma fatalidade. Pensando nisso, já enviamos vários ofícios para o Ministério Público do Trabalho, Secretaria de Transporte, Polícia Civil e Polícia Militar, para que tenhamos uma resposta maior no combate a esses crimes”, explicou Correa.

O sindicalista afirmou ainda que esses roubos podem acontecer em qualquer hora ou lugar. Ainda assim, os crimes durante a noite são mais frequentes. “Já pedimos à Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) a possibilidade de os motoristas e trocadores se deslocarem até locais mais seguros e movimentados, no caso da parada em pontos finais localizados em partes escuras e afastadas dos bairros”, continuou. “Os trabalhadores ficam apreensivos ao passar das 21h, e têm um medo muito grande de ir a determinados lugares. Pedimos essa audiência para reivindicar uma atitude imediata diante dessa situação de violência”.

Em reunião prévia com a Polícia Militar, o presidente do Sinttro relata que a categoria foi orientada a sempre colocar parte do dinheiro no interior do cofre do veículo. Entretanto, o cobrador e o motorista têm medo de seguirem esse conselho e serem feridos de alguma forma pelos assaltantes, por não apresentarem uma quantia maior em dinheiro. “Essa é uma situação muito difícil para nós, até porque, se o valor roubado ultrapassar 20 passagens, os funcionários que estavam trabalhando no momento do crime deverão pagar pelo prejuízo”, completou. “Esperamos que haja uma fiscalização mais eficaz por parte da polícia, além dessa questão da adequação dos pontos finais autorizada pela Settra”.

O vereador Roberto Cupolilo (Betão – PT), que solicitou a audiência, convocou também a Settra, o secretário de segurança pública, a Polícia Militar (PM) e a Polícia Civil (PC) para a discussão. “Esperamos sair daqui com alguma comissão para poder tratar o problema com mais qualidade. O resultado, porém, depende do diálogo do Sinttro com a Prefeitura, mediado pela Câmara Municipal”, ponderou.

ESTATÍSTICAS
A PM atua por meio do patrulhamento preventivo nos coletivos e pontos finais. Segundo o Capitão Reginaldo Teixeira, comandante da 135ª Companhia do 2º Batalhão da PM, localizado no bairro de Lourdes, na zona Leste, os assaltos a ônibus são muito espaçados, com incidência em diversas localidades. “Isso dificulta a nossa atuação, mas estamos acompanhando essa demanda e vamos tentar promover a segurança da melhor forma possível. Nas operações, normalmente realizadas à noite, acompanhamos o coletivo em um determinado trecho, especialmente no interior dos bairros. Quando percebemos a presença de pessoas suspeitas nos ônibus, fazemos a abordagem”, disse. Na região de atuação do 2° Batalhão da PM, foram registrados 14 crimes desse tipo em 2016.

Durante a audiência, o secretário municipal de Segurança Urbana e Cidadania, José Armando da Silveira, ressaltou o alto número de roubos a ônibus em relação ao ano passado. Enquanto todo o ano de 2015 contou com 12 crimes, houve 37 assaltos nos primeiros dez meses deste ano. “Os locais com maior número de ocorrências são o bairro Vila Olavo Costa, na Zona Sudeste, com cinco assaltos, o Filgueiras, na região Nordeste, com quatro crimes, o Vila Ideal, no Sudeste, com dois casos, e o Vila São José, zona Leste, também com dois casos”, enumerou. A solução, de acordo com o secretário, seria a substituição da segurança física por métodos de inteligência, a exemplo da instalação de mais câmeras nos ônibus.

O representante da PM e o delegado da Polícia Civil, Felipe Fonseca, se comprometeram a ter um maior empenho nas operações, apesar do número pequeno de profissionais.

http://www.diarioregionaljf.com.br/cidade/9462-audiencia-debate-seguranca-de-motoristas-e-cobradores-de-onibus

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