06/09/2016 18h30 - Atualizado em 06/09/2016 18h30
Do G1 Zona da Mata
A 7ª Delegacia de Polícia Civil está investigando uma denúncia de ato obsceno em um ônibus urbano, em Juiz de Fora. O Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado por uma jovem de 23 anos no dia 26 de agosto.
O G1 conversou com a PM sobre este tipo de ocorrência. A assessoria dos Consórcios Integrados de Transporte Urbano (Cinturb) enviou nota sobre as orientações para os funcionários do transporte público diante de casos semelhantes.
O crime
De acordo com o BO, a vítima estava em um dos ônibus da linha 211, Rio Branco, no fim da manhã, e já se aproximava do ponto onde desceria. Então, percebeu que o homem que estava ao lado expôs o órgão genital e começou a se masturbar. A jovem disse que gritou, desceu do ônibus e foi até uma companhia da Polícia para registrar o caso. Ela contou que não conhecia o homem e repassou características físicas dele. De acordo com o endereço da ocorrência, a vítima desembarcou no ponto após o Parque Halfeld, sentido Manoel Honório.
Segundo informações da 7ª Delegacia, a vítima foi intimada a prestar depoimento para que as apurações, incluindo a identificação do suspeito, tenham sequência.
As orientações
A PM informou que o caso foi registrado como “crimes contra a liberdade sexual e a família/ato obsceno”. Conforme dados dos Registros de Evento de Defesa Social (Reds), houve queda nos números deste caso na cidade. Até 31 de julho, foram oito contra 13 no mesmo período, em 2015. A PM destacou que, em situações semelhantes, a vítima não deve agredir o suspeito. “A nossa orientação é que a vítima não reaja de forma violenta, porque não se sabe se o suspeito está armado. A orientação é sair de perto, ligar para o 190 e acionar a polícia”, disse o assessor da 4ª Região de Polícia Militar (RPM), major Marcellus Machado.
A assessoria dos Consórcios Integrados de Transporte Urbano (Cinturb) informou ao G1 que o caso foi pontual e praticamente inédito em termos de ocorrência que chega ao conhecimento das empresas. No entanto, há orientação para os funcionários sobre como agir.
“De forma geral, os cobradores e motoristas recebem treinamento anual sobre que conduta tomar em caso de fatos adversos e ilícitos ocorridos nos ônibus. A principal orientação é acionar a Polícia Militar ou mesmo conduzir o ônibus até à delegacia, se for necessário. Em outros períodos, houve reciclagem para os funcionários, conduzido pela PM, sobre medidas preventivas de segurança”, diz a nota.
Sobre apoio na investigação, a nota destacou que a política permanente das empresas é de colaborar com a apuração e prevenção de ocorrências, especialmente disponibilizando as imagens da câmera de segurança para as Polícias Militar e Civil.
Assédio no ônibus coletivo
Em junho, uma administradora de empresas, de 25 anos, denunciou que foi assediada por um homem dentro de um veículo da linha 766, que faz o trajeto zona Norte/Bom Pastor. O caso foi investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. A delegada Ione Moreira disse que, apesar de negar, o depoimento do homem confirmou indiretamente o abuso e reforçou a suspeita de mais vítimas. O suspeito também disse à polícia que dois motoristas já o colocaram para fora do ônibus.
"Ele disse que realmente gostava de pegar o ônibus desta linha e que, como era muito lotado, tinha que encostar nas mulheres. Ao mesmo tempo, ele afirmou que se pudesse voltar atrás, não faria, que se arrepende e que parou com isso porque a polícia estava sabendo da situação", explicou a delegada ao G1, em julho.
O homem de 30 anos foi indiciado por prática de ato libidinoso, no inquérito que foi encaminhado à Justiça.
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