quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Domingos Montagner é encontrado morto submerso no rio São Francisco

Fraissat/Folhapress


DE SÃO PAULO15/09/2016 16h06 - Atualizado às 18h21


O ator Domingos Montagner, 54, que estava desaparecido desde a tarde desta quinta (15), foi encontrado morto no rio São Francisco, no município de Canindé de São Francisco, sertão sergipano.

A equipe de bombeiros confirmou que o corpo do ator foi achado em pedras do rio a 30 m de profundidade perto da usina de Xingó.

De acordo com um anúncio anterior da TV Globo, o ator gravou cenas da novela "Velho Chico" pela manhã e, após almoçar, foi mergulhar, mas não voltou à superfície.

A produção foi avisada pela atriz Camila Pitanga e deu início às buscas amparada por helicópteros do Grupamento Tático Aéreo, pela Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros, além de pescadores da região.

A atriz e ribeirinhos que estavam no local prestaram depoimento na delegacia do município.

A região onde o ator desapareceu é conhecida pelas fortes correntezas. A última morte registrada por afogamento em Sergipe foi em maio deste ano, quando uma adolescente morreu após navegar de barco pelo rio São Francisco.

Montagner deixa a mulher, a atriz Luciana Lima, e três filhos.

Essa é a segunda morte em "Velho Chico". Em abril, o ator Umberto Magnani morreu aos 75 anos devido a um acidente vascular encefálico (AVE).

Magnani interpretava o padre Romão e foi substituído às pressas por Carlos Vereza, que assumiu o posto de padre Benício na trama.

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Santo, personagem de "Velho Chico", marcou a 12ª participação de Montagner na televisão, que apresentou o ator no seriado "Mothern", do GNT, em 2008, e, dois anos depois, como Carlos, amante da protagonista vivida por Lília Cabral na minissérie "Divã", da Rede Globo.

Em 2011, Montagner recebeu seu primeiro papel em uma novela, já com destaque, como o cangaceiro Herculano em "Cordel Encantado". Depois, transformou-se em rosto recorrente na emissora, atuando em títulos como "Salve Jorge" e "Sete Vidas".

O ator, que fazia questão de se afirmar palhaço, começou a carreira estudando com a atriz Myriam Muniz e, em seguida, no Circo Escola Picadeiro.

Foi lá que conheceu Fernando Sampaio, com quem criou o La Mínima, em 1997. O espetáculo "A Noite dos Palhaços Mudos", inspirado em uma história de Laerte, rendeu-lhe um prêmio Shell de melhor ator em 2008.

A dupla de palhaços também originou o coletivo Circo Zanni, do qual o Montagner era diretor artístico.

O ator estreou no cinemas em 2012, fazendo uma participação no longa "Gonzaga - de Pai Pra Filho", de Breno Silveira, sobre o rei do baião e seu filho.

O papel como coronel Raimundo no longa de Silveira rendeu a ele a primeira indicação ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro –ele concorreu na mesma categoria por interpretar Milton em "A Grande Vitória" (2015).

No mesmo ano, ele deu vida ao delegado Espinosa, personagem criado pelo escritor carioca Luiz Alfredo Garcia-Roza no livro "Espinosa Sem Saída", na adaptação televisiva "Romance Policial - Espinosa", do GNT.

Em 2016, estrelou os longas "Vidas Partidas", de Marcos Schechtman, "De Onde te Vejo", de Luiz Villaça, "O Outro Lado do Vento", de Walter Lima Jr, e "Um Namorado para Minha Mulher", de Julia Rezende, lançado em agosto.

Montagner estava escalado para elenco de "O Que Nos Une", trama global das 23h com previsão de estreia para abril de 2017.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/09/1813645-ator-domingos-montagner-esta-desaparecido-no-rio-sao-francisco.shtml

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