Charge do Paixão, reproduzida da Gazeta do Povo
Carlos Newton
Confiante na impunidade, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palloci se dava ao desplante de desmentir jornalistas que mencionassem seu enriquecimento ilícito. Na semana passada, teve a ousadia de encaminhar mensagem à renomada colunista Eliane Cantanhêde, do Estadão, para reclamar do fato de a jornalista ter mencionado o fabuloso apartamento comprado por Palocci com recursos das “consultorias” que concedeu a empresas cujos nomes jamais podem ser mencionados.
IMPUNIDADE – Palocci já deveria estar preso desde meados da década passada, quando o caseiro Francenildo revelou a participação do ministro de Lula em orgias numa mansão do Lago, em Brasília. Sua impunidade e seu enriquecimento ilícito desenfreado demonstram como a Justiça ainda é falha no Brasil.
Ao que parece, porém, essa situação está mudando, por iniciativa das novas gerações na Justiça Federal, na Procuradoria-Geral da República e na Polícia Federal. Se formos esperar Justiça das gerações mais velhas, que estão hoje nos tribunais superiores, poderemos nos decepcionar mais uma vez.
Agora, vamos conferir a mensagem de Palocci ao Estadão e a resposta da colunista Eliane Cantanhêde.
DO EX-MINISTRO ANTONIO PALOCCI: “Eliane Cantanhêde comete grave equívoco a meu respeito em seu artigo Operação Arquivo X. Faço aqui as correções necessárias. O apartamento a que ela se refere no seu texto foi adquirido com recursos provenientes de minha atividade empresarial, está devidamente registrado pela empresa da qual sou titular e foi pago mediante transferência eletrônica bancária emitida pela mesma. Estas informações são públicas e toda documentação a respeito foi disponibilizada aos órgãos de registro e fiscalização e comprováveis por uma simples checagem. É de se estranhar e mesmo de provocar indignação que informações tão acessíveis sejam desprezadas e substituídas por ofensas e prejulgamentos”.
RESPOSTA DE ELIANE CANTANHÊDE: Depois das reportagens de Andreza Matais e José Ernesto Credendio, o então ministro Palocci nunca esclareceu publicamente quem eram seus clientes e nem mesmo o tipo de consultoria que a empresa Projeto prestava, assim como não explicou a compra de um apartamento à vista, por R$ 6,6 milhões à época. Ele caiu da Casa Civil e ainda hoje estão em curso dois procedimentos do MPF-DF, questionando “a normalidade das operações comerciais da empresa sob investigação (Projeto), apontando para possível ato de improbidade cometida pelo seu principal sócio (Palocci)”. Conforme já divulgado, o patrimônio do ex-ministro cresceu 20 vezes de 2006 a 2010, ano em que coordenou a campanha de Dilma.
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