10/08/2016 17h50 - Atualizado em 10/08/2016 17h50
Do G1 Zona da Mata
Angela Fellet confirmou a identificação de mais três suspeitos
(Foto: Reprodução/TV Integração)
Subiu para oito o número de suspeitos de estuprar duas irmãs, de 11 e 17 anos em Juiz de Fora. Segundo a delegada que acompanha o caso, Ângela Fellet, os três novos adolescentes, de idades entre 11 e 16 anos, foram ouvidos na manhã desta quarta-feira (10), na presença dos pais.
"Eles também contaram a mesma história dos outros menores que ouvimos ontem, ou seja, que as meninas que os chamaram para manter relação. Mas o celular da irmã mais velha, que teria sido roubado e usado como isca para atraí-las até o local, foi localizado e apreendido na posse de um deles", explicou Ângela.
Os suspeitos vão responder por ato infracional análogo ao delito de estupro e estupro de vulnerável, além do ato infracional descrito no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de divulgar fotos ou vídeos contendo pornografia infantil.
O celular da vítima será periciado para verificar se os vídeos feitos durante o ato de estupro ainda estão no aparelho, além de avaliar quem foi o responsável por enviar o material através de um aplicativo de mensagens.
Ainda de acordo com a delegada, o inquérito foi encerrado e encaminhado à Vara da Infância e da Juventude com o pedido de acautelamento dos suspeitos no Centro Socioeducativo.
O G1 entrou em contato com a Vara da Infância e Juventude para obter mais informações sobre o caso, mas segundo a assessoria do órgão, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) precisa autorizar a liberação das informações. A reportagem também tentou contato com a assessoria do TJMG, mas até a publicação desta reportagem as ligações não foram atendidas.
Furto de celular atrai vítimas ao local do abuso
A Polícia Militar (PM) registrou, no último domingo (7), a denúncia de que as irmãs haviam sido estupradas pelo grupo. O caso ocorreu na sexta-feira (5). Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), os agressores são suspeitos de envolvimento com o tráfico e moram no bairro. Os pais informaram que receberam três vídeos filmados durante a prática dos estupros e divulgados pelos agressores.
Crime aconteceu próximo à represa do Poço Dantas
(Foto: Reprodução/TV Integração)
De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), a vítima conhecia os agressores porque todos estudam na Escola Estadual Professor Lindolfo Gomes, no Bairro São Benedito. Na sexta-feira, um adolescente pegou o celular da garota de 17 anos e, ao final da aula, disse que o aparelho era dele. Falou ainda que a vítima não devia falar com ninguém e que, se ela quisesse recuperar o celular, deveria encontrá-lo à tarde na represa do Poço Dantas.
A adolescente foi ao encontro e levou a irmã, de 11 anos, como companhia. Elas contaram aos policiais, na presença dos pais, que no local foram agredidas e estupradas pelo adolescente e outros cinco com os rostos tampados com camisas. Eles avisaram que elas não deviam contar para ninguém o que houve porque seriam agredidas ou mortas. As duas irmãs disseram que tudo ocorreu mediante violência e ameaça do grupo.
Em nota, a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Juiz de Fora informou que já está acompanhando o caso junto à direção da Escola Estadual Professor Lindolfo Gomes. A SRE encaminhou uma equipe de inspeção para apurar o caso na unidade escolar. A direção da escola está prestando o apoio necessário à família da aluna. Ainda de acordo com a nota, a Superintendência e a direção da escola vão planejar um projeto de prevenção à situações de violência para ser desenvolvido com os alunos.
Terceiro caso na cidade
É o terceiro caso com características semelhantes, de vítimas abusadas e vídeos divulgados pelos agressores, registrados nos últimos três meses em Juiz de Fora.
No primeiro caso, entre os dias 25 e 26 de junho, uma adolescente de 13 anos foi estuprada por um grupo de 13 envolvidos, entre adolescentes e jovens, que a manteve refém em diferentes cativeiros por 12 horas, nos Bairros Furtado de Menezes e Vila Olavo Costa. A adolescente foi levada para a família após a descoberta de um vídeo.
Outro vídeo foi localizado e ajudou na identificação dos envolvidos. O caso foi investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, os envolvidos identificados e o inquérito já foi encaminhado à Vara de Infância e à Justiça Cível.
O segundo caso também ocorreu no dia 25 de junho, mas foi registrado duas semanas depois, em 8 de julho, quando a mãe de uma menina de 12 anos descobriu um vídeo onde ela aparece fazendo sexo oral em um adolescente, cercada por outros quatro meninos.
As imagens foram analisadas pela equipe da Delegacia Especializada de Mulheres e permitiram a identificação de todos os envolvidos. O caso deverá ser encaminhado à Vara de Infância e Juventude.
http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2016/08/sobe-para-oito-o-numero-de-suspeitos-de-estuprar-irmas-em-juiz-de-fora.html
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