segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Livro de Paulo Freire está entre os 100 mais pedidos nas universidades dos EUA



Rogerio Galindo
Gazeta do Povo

Apenas um livro de autor brasileiro aparece entre os 100 títulos mais pedidos pelas universidades dos Estados Unidos, de acordo com o projeto Open Syllabus. O projeto reúne ementas de disciplinas de instituições de ensino superior em todo o país e descobre quais são os livros mais solicitados pelos professores.

A única obra brasileira a aparecer nos “100 mais” da lista é de Paulo Freire. “Pedagogia do Oprimido”, publicado pela primeira vez em 1974, aparece na 99ª posição da lista, mas é o segundo livro mais pedido dentre todos os da área de educação. Perde apenas para “Teaching for Quality Learning in University: What the Student Does”, de John Biggs.

Segundo o Open Syllabus, o livro é requisitado em 1.021 ementas de universidades e faculdades dos EUA. Não é pouca coisa: fica à frente de clássicos como Rei Lear, de Shakespeare; Moby Dick, de Herman Melville; e O Banquete, de Platão.

Outro livro bastante citado de um brasileiro (pelo menos dos que o blog conseguiu rastrear) é do ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso, “Dependência e Desenvolvimento na América Latina”, que tem 141 citações.

Como curiosidade, outros brasileiros que aparecem nas ementas são Clarice Lispector (“A Hora da Estrela” tem 40 citações); Machado de Assis (“Dom Casmurro”, com 33); e Euclides da Cunha (“Os Sertões” aparece 27 vezes).

Dentre os paranaenses, há Dalton Trevisan, com duas citações, e Cristovão Tezza (“O Filho Eterno”, com uma citação).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A reveladora reportagem, enviada pelo jornalista Sergio Caldieri, mostra a importância do educador brasileiro Paulo Freire, que tem recebido duras críticas aqui no blog, toda vez que é citado em alguma reportagem ou artigo. Muitos comentaristas condenam aprioristicamente o pensamento político dele, sem levar em consideração sua portentosa obra, que continua a influenciar pensadores das mais variadas tendências políticas e ideológicas, porque a realidade precisa estar acima dos preconceitos infantis.(C.N.)

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