quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Dicas de invasões, para as futuras iniciativas dos movimentos sociais


Charge do Sinovaldo, reprodução do Jornal NH

Ruy Castro
Folha

A Justiça intimou a ex-primeira-dama dona Marisa e seu filho Lulinha a prestar esclarecimentos em Curitiba sobre o sítio de Atibaia e o tríplex em Guarujá, que duas empreiteiras insistiram em reformar e deixar nos trinques para o então presidente Lula e sua família — embora, como se sabe, o sítio e o tríplex não pertençam a Lula, e as muitas vezes em que eles estiveram lá para fiscalizar as obras fossem só para fins recreativos. Donde dona Marisa e Lulinha mandaram dizer que não têm o que esclarecer e ficarão em silêncio se um juiz impertinente lhes fizer perguntas.

A essa altura, a Odebrecht e a OAS já deram como perdidos os quase R$ 2 milhões que investiram nas reformas. E, como ninguém parece assumir o sítio e o tríplex que não são de Lula, esses imóveis bem poderiam ser invadidos pelos movimentos sociais. O sítio, por exemplo, não é produtivo, o que torna justa sua ocupação pelos critérios do MST (Movimento Sem Terra).

Posso imaginar os ônibus e caminhões do MST despejando seus militantes no sítio, e eles se esbaldando na churrasqueira, na piscina e nos pedalinhos do lago. Outros logo descobrirão a adega, com suas quase mil garrafas de vinho e cachaça, e o estoque de charutos cubanos, que não se sabe por que Fidel Castro mandava para Lula naquele endereço, já que Lula não morava lá. E é no sítio também que fica a “tranqueira”, os presentes que Lula recebeu na Presidência e mandou guardar ali — que souvenirs para os invasores!

Já o tríplex deve estar na mira do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). Afinal, como pode um apartamento como este, com cozinha planejada, elevador privativo e também piscina, continuar vazio enquanto famílias inteiras não têm onde morar?

E quem sabe Chico Buarque não fará uma visita e cantará “Apesar de você” para os ocupantes?
(artigo enviado pelo comentarista Mário Assis Causanilhas)

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