segunda-feira, 1 de agosto de 2016

De volta à política, Roberto Jefferson lamenta a situação a que chegou Lula

Roberto Jefferson já reassumiu a presidência nacional do PTB

Mariana Carneiro
Folha

“Não é fácil o que ele vai passar, não. Eu já passei por isso e sei bem. É ruim” – condenado a sete anos pelo envolvimento no caso do mensalão e preso por 14 meses, o ex-deputado Roberto Jefferson comentou dessa forma o fato de o ex-presidente Lula ter se tornado réu na sexta-feira, acusado de tentar obstruir a Lava Jato.

Jefferson acabou condenado e preso após denunciar o esquema de corrupção batizado de mensalão, em 2005, o que quase implodiu o governo do então presidente Lula. Reabilitado pelo Supremo Tribunal Federal em março, após um indulto de sua pena, Jefferson está de volta à política, presidindo o mesmo PTB.

Na convenção do partido em São Paulo, realizada sábado, ele foi apresentado como “o homem que mudou a história deste país”.

Sobre Lula, Jefferson afirmou que o ex-presidente tenta “acusar todo mundo para se livrar”. “É o jus esperniandi, é direito dele”. Mas diz não se sentir vingado pela decadência de Lula. “Ele tem meu respeito como ser humano. Não é uma satisfação [vê-lo como réu], não desejo isso para ninguém.”

“Não quero julgar ninguém, desejo a ele força para que possa enfrentar isso de cabeça erguida”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Roberto Jefferson é uma das figuras mais interessantes da política brasileira. Ao contrário de Lula, confessou seus erros (crimes), não fez delação e enfrentou a Justiça de cabeça erguida. Tinha uma doença grave, mas não agiu como José Genoino, que vivia choramingando e inventava que estava passando mal, poderia morrer a qualquer momento. Jefferson cumpriu a pena com dignidade e está de volta, presidindo de novo o PTB. Quanto a Lula, seu ex-amigo Jefferson pode até desejar que ele também tenha força para enfrentar a Justiça de cabeça erguida, mas o ex-presidente jamais o fará. Pelo contrário, Lula vai fugir da Justiça e se fazer de coitadinho, alegando ser vítima de uma “perseguição política” que jamais existiu. (C.N.)

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