sexta-feira, 6 de maio de 2016

Investigado na Lava Jato, novo presidente da Câmara é uma figura caricata

Na Câmara, ninguém leva a sério o novo presidente

Deu no G1

O deputado Waldir Maranhão (PP-MA) assume a presidência da Câmara após o afastamento do então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Está no terceiro mandato de deputado federal e foi eleito vice-presidente da Câmara em fevereiro de 2015, com o apoio de Cunha. O primeiro mandato foi entre 2007 e 2011, quando o político ainda era filiado ao PSB. Já pelo PP, ele se elegeu novamente nas eleições de 2010 e de 2014.

Como aliado de Cunha, Maranhão decidiu limitar a investigação no Conselho de Ética sobre o então presidente da Câmara, e o peemedebista não pôde ser investigado sobre as acusações de que teria recebido propina, conforme relato de delatores da operação Lava Jato.

Na decisão, tomada em abril, Maranhão determinou que o foco da apuração no colegiado fique somente sobre a suspeita de que Cunha teria contas bancárias secretas no exterior e de que teria mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras, em março de 2015. Cunha sempre negou ser o titular dessas contas e diz ser apenas o beneficiário de fundos geridos por trustes.

CONTRA O IMPEACHMENT

Já na votação na Câmara que decidiu pelo prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que aconteceu no dia 17 de abril, Maranhão foi um dos quatro deputados do PP que decidiu votar contra. A maioria dos deputados do partido – 38 de 45 – votou a favor do prosseguimento do processo de impeachment.

O nome de Maranhão, assim como o de Cunha, está nos inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar políticos na Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. Na época, o ministro Teori Zavascki autorizou a abertura de inquérito para investigar 47 políticos.

Segundo o depoimento do doleiro Alberto Youssef na delação premiada, Maranhão fazia parte de um grupo de menor expressão do PP que recebia repasses mensais entre R$ 30 mil e R$ 150 mil da “cota” da legenda no esquema de corrupção da Petrobras. Se os ministros do Supremo entenderem que há provas suficientes contra Maranhão, ele pode virar réu.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A partir de agora, os partidos precisam se preocupar mais com a indicação de parlamentares para compor as Mesas da Câmara e do Senado. Afinal, eles entram na linha sucessória e, por um golpe do destino, podem acabar ocupando a Presidência da República. Maranhão é uma figura caricata, ninguém o respeita nem leva a sério. Sua presença à frente da Mesa da Câmara é um acinte e demonstra a esculhambação que hoje domina a política nacional. (C.N.)

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