Reprodução de ilustração do Estado de S.Paulo
Carlos Newton
Não houve surpresa e o Planalto ficou longe de conseguir os 30 votos que pretendia, para sonhar com uma reversão do afastamento da presidente Dilma Rousseff na votação definitiva daqui a alguns meses. Por 55 votos a 22, o Senado decidiu aprovar a abertura do processo de impeachment, afastando-a do cargo por 180 dias, em sessão que começou às 10 horas na manhã de quarta-feira e somente realizou a votação às 6h35m desta quinta-feira.
A decisão precisava do voto de 40 senadores dos 78 senadores presentes, pois dois parlamentares faltaram à sessão, Delcídio Amaral foi cassado na terça-feira, e seu suplente ainda não assumiu o mandato.
O afastamento tem prazo máximo de 180 dias, mas a previsão é que antes disso o Senado julgue a presidente Dilma pelas pedaladas fiscais e créditos orçamentários sem autorização .
TEMER ASSUME
Com a aprovação pelo Senado, o vice Michel Temer (PMDB) assume assim que for notificado da decisão. Sem necessidade de cerimônia de posse. Dilma é a segunda presidente afastada para ser julgada politicamente pela acusação de crime de responsabilidade desde a redemocratização, repetindo Fernando Collor em 1992.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) se absteve e houve apenas 22 votos a favor. Collor votou a favor do impeachment.
Para voltar ao poder ao final do processo, Dilma Rousseff precisará manter os 22 votos e reverter mais 6 votos contrários. É missão praticamente impossível, a Era do PT acaba de ser encerrada, após 13 anos e quatro meses de poder.
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