Dilma Rousseff está isolada e seus assessores tentam animá-la
Carlos Newton
Quando escrevemos aqui na Tribuna da Internet que Michel Temer é um homem de muita sorte, ele mal tinha começado seu governo interino. Entrando agora na terceira semana, tem passado por crises tão graves que está perdendo prestígio com uma velocidade impressionante. Mas nasceu virado para a Lula, não há a menor dúvida, e sua maior sorte reside hoje no fato de que ninguém quer a Dilma, todos sabem que ela é de uma incompetência bestial, uma espécie de Rei Midas ao contrário, tudo o que ela toca logo se deteriora.
A mídia petista, infiltrada na internet e nas redações, está espalhando que há possibilidade de Dilma conseguir votos suficientes no Senado para voltar ao poder. Seus assessores contam essas lorotas para ela, que logo acredita, dá entrevistas e tudo o mais. Mas a realidade é muito diferente.
Se estivéssemos na Inglaterra, onde se aposta em tudo, as cotações de Dilma seriam baixíssimas, embora sempre pudessem aparecer otários dispostos a arriscar que ela ainda tem chances de reverter a situação.
DE CANETA EM RISTE
Na votação do Senado, em abril, Dilma não estava sozinha, pois Lula se mudou para Brasília com o plano de comprar votos e acabou sendo derrotado junto com ela. Como se fosse uma versão feminina de Dom Quixote, acompanhada de um Sancho Pança velho e pinguço, Dilma Rousseff então saiu com a caneta em riste para a agradar seus supostos aliados. Precisava apenas de 28 votos, mas só conseguiu 22.
Agora, como dizia Carlos Drummond de Andrade, a festa acabou, Lula não há mais e a caneta ficou sem tinta. Dilma prometeu percorrer o país para derrubar Temer, mas ninguém a convida mais para nada, ela só foi recentemente a Belo Horizonte porque o evento dos blogueiros petistas já estava marcado há vários meses. O jatinho continua à disposição, mas não há plano de voo.
O pior é que a ida a Minas foi um fracasso. O governador Fernando Pimentel, envolvido na corrupção e prestes a ser afastado do cargo, nem compareceu. Deprimido e prestes a cair nas malhas do juiz Sérgio Moro, Lula também não foi. Dilma ficou praticamente sozinha.
JÁ EXISTE CONSENSO
Quando a seu sucessor Michel Temer, já deu até soco na mesa, mas demonstra ser um presidente fraco. Deveria seguir o exemplo de Itamar, mas está tropeçando nas próprias pernas. Não soube dizer não ao PMDB, nomeou ministros indevidos, as crises se sucedem, mas é um homem de muita sorte, porque no Congresso já existe consenso de que Dilma Rousseff não serve para governar. Sua incompetência é diretamente proporcional à arrogância, trata-se de uma pessoa verdadeiramente insuportável.
Todos sabem também que ela está com graves problemas de saúde, com diagnóstico de esquizofrenia, vive à base de remédios fortíssimos, conforme reportagem de Débora Bergamasco, que vem a ser mulher do advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, vejam se pode existir melhor informante. Por isso, apenas PCdoB, PSOL e PDT (dividido) continuam apoiando o exército Brancaleone do PT.
SEM A MENOR CHANCE
Sem a caneta e o Sancho Pança pinguço, na próxima votação do impeachment Dilma não tem a menor chance, não chega nem aos 22 votos da primeira fase do processo. O presidente Temer pode continuar indeciso, nomeando errado, nada disso interessa. Ele sabe que somente poderá ser derrubado pela Justiça Eleitoral, que não parece disposta a alimentar a fogueira da crise institucional, sejamos realistas.
Há duas semanas, Dilma tentou reunir os 22 senadores que votaram a favor dela, marcou um jantar, nem todos compareceram. Na festa, ela estava dopada pelos medicamentos, parecia aérea, deixou péssima impressão, segundo o jornalista Ilimar Franco, de O Globo, que não foi desmentido.
NOVO FRACASSO
Na semana passada, Dilma esqueceu que já tinha reunido os senadores aliados e mandou convidá-los para um novo jantar, na terça-feira, quando todos eles estavam em Brasília. Dos 22, desta vez só apareceram 12 senadores, que encontram uma Dilma arrasada, olheiras profundas, com aquele raciocínio tatibitate.
Para desespero do PT, o problema é este. Dilma não tem a menor condição de voltar ao governo. É por isso que Lula já jogou a toalha. Desde a festa do 1º de Maio em São Paulo, ele tem faltado aos mais importantes eventos programados pelo PT. A própria Dilma chegou a admitir que, se fosse afastada pelo Senado em abril, seria “uma carta fora do baralho”. E não deu outra. Temer é mesmo um homem de sorte.
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