06/04/2016 20h40m - Atualizado em 06/04/2016 20h40m
Delegada titular do caso fará uma coletiva de imprensa na manhã de hoje (7), onde deve apresentar o suspeito e detalhes sobre as investigações
O médico, de 43 anos, chegou a ser agredido por familiares de supostas vítimas no momento de sua prisão.
Levado para um carro descaracterizado da polícia, o suspeito foi acompanhado pela delegada responsável pelas investigações
Foi preso no início da tarde de ontem (6) um médico dermatologista suspeito de praticar estupros em Montes Claros. A GAZETA acompanhou a prisão efetuada por agentes da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. O suspeito foi capturado dentro de uma clínica na região central da cidade, onde supostamente crimes de violência sexual teriam acontecido. Mesmo com a presença da Polícia Civil, o movimento de pacientes foi intenso. Mulheres entravam, porém logo saíam, sem querer falar sobre a situação.
De acordo com fontes da reportagem, as suspeitas sobre Linton W.F.S., de 43 anos, que é de Teófilo Otoni, tiveram início quando uma das supostas vítimas procurou as autoridades para formalizar uma denúncia. A GAZETA teve acesso a um documento com o registro do fato, no qual outras duas mulheres de 24 e 25 anos são qualificadas como testemunhas, porém, a polícia não confirmou a autenticidade. Nesse documento a vítima, de 21 anos, revela ter ido até a clínica, no último dia 17 de março, para um procedimento estético agendado com antecedência.
Depois de colocar a então paciente numa sala reservada, o médico teria receitado e administrado um comprimido. Com o medicamento a vítima teria dormido por aproximadamente 20 horas, tendo revelado lapsos de consciência no período. No dia seguinte ao atendimento, ainda sob o efeito do remédio, a vítima foi levada até sua residência e passou a conversar com familiares que já haviam passado pelo mesmo procedimento agendado, na mesma clínica e com o mesmo médico.
Como o tratamento em questão é realizado na face, fortes dores da região genital e a utilização de um medicamento sedativo causaram estranheza. Foi a partir daí que a então paciente percebeu que poderia ter sido vítima de abuso sexual. Há informação de que a família da vítima seria ‘cliente’ de longa data do médico. Uma mulher, que seria sócia do suspeito na clínica, acompanhou os trabalhos da Polícia Civil e não quis falar com os jornalistas. Até um chaveiro precisou ser chamado, para que os policiais pudessem acessar uma das salas da clínica, onde foi realizada uma busca minuciosa por elementos que possam comprovar as suspeitas.
CONFUSÃO
Durante a prisão do suspeito houve ainda registro de confusões na porta da clínica. Bastante exaltado, um homem, que não quis ser identificado, agrediu com tapas o suspeito e precisou ser contidos por policiais. Segundo ele, o médico acusado seria o responsável por abusar de sua filha e de sua sobrinha. O homem chegou a receber voz de prisão por agressão, mas conseguiu sair do local.
A delegada responsável pela prisão afirmou, já na delegacia, que detalhes sobre o caso serão fornecidos em coletiva de imprensa na manhã de hoje (7). Outro fato chamou a atenção durante a prisão. Um jornalista que fazia a cobertura do trabalho policial acabou detido. Ele é proprietário de um perfil numa rede social onde são postadas notícias de Montes Claros e região e, segundo os policiais que efetuaram a detenção, teria cometido desacato a autoridade. Um procedimento administrativo deve ser aberto pela corporação para apurar a situação.
http://www.gazetanortemineira.com.br/policia/2016/04/suspeito-pela-pratica-de-estupro-medico-e-preso-pela-policia-civil.html
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