quarta-feira, 13 de abril de 2016

Juiz de Fora registra pior epidemia de dengue dos últimos seis anos

13/04/2016 12h50 - Atualizado em 13/04/2016 12h50

Do G1 Zona da Mata

Carros do fumacê devem passar em oito bairros nesta quarta 
(Foto: Reprodução/ TV Integração)

Com mais 1.090 casos prováveis de dengue, Juiz de Fora superou a pior epidemia registrada na cidade. Em 2016, já foram contabilizados 9.633 notificações e nove mortes por causa de dengue grave, conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta terça-feira (12). Até então, segundo dados da Prefeitura, o pior ano havia sido 2010, quando houve 9.441 casos e 17 mortes.

Além disso, aumentou para nove óbitos em investigação em 2016. O caso incluído foi o de uma idosa de 88 anos que morreu no domingo (10). No atestado constam como causas dengue e miocardiopatia dilatada. A nomenclatura dengue grave foi indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e engloba as mortes por complicações causadas pela doença, hemorragia ou a síndrome do choque da dengue.

Ainda segundo a Secretaria Municipal de Saúde, subiram para quatro os casos de febre chikungunya na cidade. Três diagnósticos foram confirmados, sendo dois importados de Cabo Frio e um que a pessoa contraiu em Juiz de Fora. O primeiro caso, também importado, foi diagnosticado em janeiro.

Casos de dengue confirmados em Juiz de Fora2016 - 9.633 (até 12/04)
2015 - 5.118 c
2014 - 1.035
2013 - 5.905
2012 - 239
2011 - 2.911
2010 - 9.441
2009 - 470
2008 - 1.030
2007 - 613
2006 - 33


Sobre o vírus da zika, permanecem quatro casos de gestantes diagnosticadas neste ano. Juiz de Fora está em situação de emergência para doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti desde janeiro.

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Rodrigo Almeida, confirmou que é o ano com o maior número de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegytpi. De acordo com ele, a epidemia apresenta características de estabilização.

"É uma epidemia de grandes proporções em todo o país. Na cidade, pela terceira semana, manteve o padrão de número novos de casos. Não subiu, mas ainda não podemos comemorar porque ainda há notificações chegando", destacou.

Ele explicou que as 1.090 novas notificações entre os boletins dos dias 5 e 12 de abril englobam também registros mais antigos. "Nesta semana, foram incluídos casos da primeira quinzena de março, que só foram comunicados agora tanto pelas redes pública e particular e os registros das duas últimas semanas", disse Rodrigo Almeida.

Combate aos focos do mosquito
Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, as notificações reforçam a percepção de que a maior parte dos focos está dentro das casas. "Recebemos muitas notificações envolvendo bebês e idosos, que são uma parcela da população que tende a passar muito tempo dentro das casas. Isso reforça o pedido para que as pessoas tirem um tempo e façam a vistoria e a limpeza para eliminar os potenciais lugares que podem servir como criadouros do mosquito", analisou.

Rodrigo Almeida disse que as ações medidas continuam em andamento, com o fumacê, as vistorias dos agentes de endemias e os trabalhos específicos para retirada dos entulhos. E que os dados reforçam a importância da manutenção de parte desta estrutura montada para lidar com a epidemia, que diferentes secretarias e setores, além da Saúde, para agir de forma preventiva.

"Estamos analisando a transformação do Comitê Municipal de Enfrentamento em um setor permanente para a sequência da logística para prevenir a doença. Reestruturamos e ampliamos o trabalho de campo, a sala de operações dá resposta mais rápidas às demandas da população e também o mapeamento dos locais prioritários para ações", comentou.

De acordo com a Secretaria de Saúde, até sexta-feira (8) foram realizados 8.490 atendimentos no Centro de Hidratação na Avenida dos Andradas e mais 2.612 no Centro de Hidratação na Unidade de Atenção Básica à Saúde, em Benfica, na zona Norte.

"Percebemos que a instalação dos centros de hidratação funcionou para realizar o trabalho de retaguarda social de atenção aos pacientes e amenizar o impacto na rede de saúde. Especialmente após o período mais crítico, que foi na transição de fevereiro para abril, quando tivemos um grande volumes de casos", comentou.

Fumacê e outras ações
Os carros fumacê continuam com a programação, após a retomada depois de quase uma semana parados pela falta de inseticida. Nesta quarta (13), eles passarão entre 17h e 21h nos bairros Três Moinhos, Bom Jardim, Borboleta, Santa Paula, Ladeira, Bom Sucesso, Jardim do Sol e Aracy. A programação atualizada para os próximos dias deve ser divulgada nesta quarta.

Está em andamento o mutirão realizado pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) para retirada de entulhos que possam servir como foco para o mosquito da dengue. Nesta quarta, serão concluídos os trabalhos em bairros da Zona Norte e nos próximos dias, as equipes farão rescaldo na região.

Em seguida, o Demlurb vai iniciar o planejamento da próxima etapa, prevista para depois do feriado que ainda terá programação divulgada. Segundo a assessoria, entre 27 de janeiro e terça (12) foram recolhidos das ruas da cidade 5.202 mil toneladas de materiais que podem acumular água parada e servir como criadouro para o mosquito aedes aegypti.

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