Charge do Ivan Cabral, reprodução da Charge Online
Roberto Nascimento
Poucos países conseguem entender a razão do Brasil perder sempre o seu momento histórico, quer dizer, a capacidade de crescer, e logo depois volta ao patamar anterior. Foi assim, no milagre brasileiro e agora recentemente no período virtuoso de Lula, que deixou a economia com crescimento do PIB em 7,5%, não se pode contestar.
O que os jornalistas têm dificuldade de compreensão é o comportamento da cúpula partidária, com 224 deputados e senadores que respondem a 542 inquéritos e ações penais no Supremo Tribunal Federal. Só na operação Lava Jato já temos 47 parlamentares denunciados na roubalheira da Petrobrás, segundo principalmente a delação premiada de Youssef, lobista das estrelas da política, a de Nestor Cerveró, diretor da petroleira indicado por Partido da base aliada, e notadamente a do senador Delcídio Amaral, que disparou a metralhadora giratória de A a Z das legendas do Congresso.
E vejam bem, o próprio Delcídio disse que vai ao Congresso votar a favor do impeachment, quando o processo chegar ao Senado após a admissibilidade dos deputados.
ÓPERA BUFA
Sob todos os aspectos, trata-se de uma ópera bufa de difícil entendimento lógico.
Que fazer, como diria Lenin? É a pergunta que não quer calar.
Mesmo assim, ainda creio que os brasileiros agora podem entender melhor a razão do país não sair do atoleiro desde o fim do Império e da nascente República em 1889. A roubalheira generalizada do sistema presidencialista, calcado no financiamento das campanhas eleitorais pagas pelos empresários, que depois recebem em dobro nas obras públicas com licitações fraudulentas.
Será que o dia seguinte será melhor do que a véspera? Tenho minhas dúvidas, cético que sou, por natureza.
http://www.tribunadainternet.com.br/brasil-perde-sempre-o-momento-historico-quer-dizer-a-capacidade-de-crescer/
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