quarta-feira, 23 de março de 2016

Quem é Eva Chiavon, a ministra-tampão da Casa Civil

22 Mar 2016 (atualizado 22/Mar 18h56)
Lilian Venturini 

Enquanto nomeação de Lula para chefia de ministério está suspensa pela Justiça, secretária-executiva responde por uma das principais pastas do governo

FOTO: EDUARDO AIACHE/CASA CIVIL - 15.03.2016
 
EVA CHIAVON DURANTE EVENTO OFICIAL DA CASA CIVIL 

A cadeira de ministro da Casa Civil está vaga desde que o ministro do Supremo Gilmar Mendes suspendeu a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sexta-feira (18). Até que a situação se resolva, é a secretária-executiva Eva Maria Cella Dal Chiavon quem responde pelas atribuições do ministério, considerado o mais importante da Esplanada.

A proximidade com a Presidência da República e o controle sobre todos os projetos de peso do governo federal fazem da Casa Civil um ministério estratégico e com muito poder político.

Eva Chiavon está na Casa Civil desde outubro de 2015, mesmo mês em que Jaques Wagner assumiu o ministério com o compromisso de melhorar a articulação política do governo Dilma. Wagner cedeu seu lugar a Lula, mas o petista está impedido de assumir o cargo.

O impasse jurídico não tem data para terminar e, por causa do feriado da Páscoa, o plenário do Supremo deve retomar o julgamento do caso apenas em abril.

Por isso, parte da agenda da Casa Civil está sob responsabilidade de Eva Chiavon, que nesta terça-feira (22), por exemplo, recebeu ministros e se reuniu com secretários de outras pastas. A ela cabe a parte burocrática das atividades, enquanto a articulação política ainda fica a cargo de Jaques Wagner e, informalmente, do próprio Lula.

Histórico de movimentos e de cargos políticos
A secretária-executiva da Casa Civil é enfermeira por formação, nascida em Coronel Freitas, em Santa Catarina. Em seu Estado natal foi dirigente do PT e desempenhou funções políticas e administrativas na prefeitura de Chapecó e participou de movimentos sociais, como o Movimento de Mulheres Agricultoras. Ela também atuou como assessora da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

O cargo de secretário-executivo é o segundo mais importante no organograma de um ministério. Eva Chiavon foi nomeada por Jaques Wagner, com quem já trabalhou em outras ocasiões.

Ingresso na Esplanada foi em 2003#

FOTO: JORGE CARDOSO/DEFESA - 26.01.2015
 
EVA CHIAVON EM CERIMÔNIA DO MINISTÉRIO DA DEFESA, EM 2015

Foi ao lado de Jaques Wagner que Eva Chiavon passou a ocupar cargos mais altos. A relação entre eles começou ainda na década de 1990, quando Eva foi chefe de gabinete dele, então deputado federal.

Em 2003, primeiro ano do governo Lula, Jaques Wagner assumiu o Ministério do Trabalho e nomeou Eva como assessora especial e depois, no mesmo ano, como secretária-executiva.

A partir daí, Eva ocupou cargos em outros ministérios, como a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Em 2007, ela deixou a Esplanada para ser a secretária da Casa Civil do governo da Bahia, na gestão de Jaques Wagner, eleito governador em 2006.

Em 2011, ela voltou a Brasília novamente como secretária-executiva, mas dessa vez do Ministério do Planejamento, pasta então comandada por Miriam Belchior, responsável pelo acompanhamento das principais obras de infraestrutura do país.

Em 2015, Eva voltou a trabalhar com Jaques Wagner, quando o petista assumiu o Ministério da Defesa, como secretária-geral. Ela deixou o cargo em outubro do mesmo ano, assim que ele foi nomeado para Casa Civil.

Na Defesa, polêmica com militares
A curta passagem de Eva Chiavon pelo Ministério da Defesa, entre janeiro e outubro de 2015, deixou em seu currículo uma polêmica com representantes das Forças Armadas.

Em setembro daquele ano, ela encaminhou o decreto 8.515 à presidente Dilma, que delegava ao ministro da Defesa competência para assinar atos relacionados à área militar, como transferências, promoções e nomeações. Para militares, o texto tirava poderes das Forças Armadas.

O decreto, que estava na gaveta, foi encaminhado durante uma viagem internacional de Wagner, ampliou o desgaste de Dilma, já fustigada pelas crises política e econômica. Na volta ao Brasil, o então ministro precisou conter o descontentamento dos militares e uma errata foi publicada corrigindo o texto do decreto.


http://folhacentrosul.com.br/geral/10389/stf-impede-lula-de-assumir-como-ministro-no-lugar-dele-enfiaram-a-mulher-de-um-mst

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/03/22/Quem-Eva-Chiavon-a-ministra-tamp-da-Casa-Civil

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