21/12/2015 16h12
Brasília
Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil
Uma operação deflagrada hoje (21) pela Polícia Federal (PF) resultou na prisão de um médico de Uberaba, Minas Gerais, acusado de participar de um dos mais perversos esquemas internacionais de pedofilia. Além de compartilhar o material na internet, o médico, de 29 anos, financiava materiais pornográficos produzidos pelo australiano Peter Gerald Scully, preso em fevereiro deste ano pela polícia filipina, em operação que envolveu as polícias federais da Austrália e da Holanda. A Polícia Federal não divulgou o nome do médico brasileiro.
Scully é acusado de rapto, estupro, tortura e assassinato. Parte do material era feita por encomenda, tendo como vítimas crianças de rua filipinas. Entre os financiadores de seus vídeos estava o médico brasileiro. De acordo com a PF, a aproximação entre o médico brasileiro e Scully teve início em 2012, quando ele ainda era estudante de medicina. A sociedade envolveu também uma mulher filipina.
A partir dos financiamentos obtidos, o australiano e a filipina produziam os vídeos e fotos onde crianças eram abusadas e violentadas sexualmente. Em contrapartida, os financiadores recebiam o material produzido. O médico brasileiro é também acusado de ter ensinado os criminosos a obter remédios para dopar as vítimas antes do abuso.
Um dos vídeos produzidos, considerado pelos investigadores “um dos registros mais degradantes de pornografia infantil em todo o mundo”, envolve uma criança de 18 meses, que foi torturada e violentada sexualmente. Há vários registros com diversas crianças filipinas. Uma delas foi morta e enterrada sob a cozinha da casa onde os abusos ocorriam.
O compartilhamento do material era feito na chamada deep web ou dark web, uma parte da internet que só pode ser acessada com a utilização de softwares específicos que permitem a navegação de forma pretensamente anônima.
O médico brasileiro atendia regularmente em uma unidade de pronto atendimento de Uberaba, local onde foi encontrado e encaminhado à Delegacia da Polícia Federal na cidade mineira, onde encontra-se preso. Segundo a PF, ele responderá por armazenamento e publicação de pornografia infantil, bem como pelo financiamento de organização criminosa internacional – crimes que podem resultar em penas de até 20 anos de prisão.
Edição: Nádia Franco
Agência Brasil
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