Fotos : Uarlen Valerio / O Tempo / 09.11.2015
Em João Monlevade o protesto é no KM 359 da BR-381
Em Igaratinga, veículos de passeio e ônibus tem passagem liberada
Interdição na BR-262, altura de Igaratinga
PUBLICADO EM 09/11/15 - 07h18
GUSTAVO LAMEIRA/LUDMILA PIZARRO
Os caminhoneiros deram início a uma greve nacional a partir da 0h desta segunda-feira (9). O protesto complica o trânsito nas principais rodovias federais que passam por Minas Gerais. Apenas veículos de passeio e ônibus são liberados e seguem viagem.
Conforme a Polícia Rodoviária Federal, há interdições nos seguintes pontos:
BR-381, KM 359, em João Monlevade, região Central de Minas;
BR-381 KM 513, altura de Igarapé, região metropolitana de Belo Horizonte;
BR-262, KM 412, em Igaratinga, no Centro-Oeste de Minas;
BR- 040, nos KMs 627, em Conselheiro Lafaiete, região Central do Estado.
Igarapé
O procurador de Igarapé, Vinícius Caldeira Andrade, esteve na BR-381 na manhã desta segunda (9). A intenção era a de garantir o direito de manifestação dos caminhoneiros e também que o abastecimento na cidade seja mantido, diferente do que aconteceu na paralisação feita em março deste ano pela categoria.
Nesse ponto, as cargas vivas, as perecíveis e as de medicamentos são liberadas. A manifestação é pacífica e a fila de caminhões parados é de 6 km.
João Monlevade
Em João Monlevade, o trânsito está fechado desde às 5h30. "Tem bastante caminhão aqui. Nós estamos em frente ao Posto Graal, e só carro pequeno e ônibus estão passando", contou Rodrigo Martins da Costa, 37, na profissão de caminhoneiro há oito anos.
Reivindicações
Entre as principais reivindicações da categoria estão a unificação do preço do frete; refinanciamento dos veículos, a isenção do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a redução no preço do combustível (diesel).
"Temos que pagar ICMS, PIS, só em outubro eu paguei R$ 480 de imposto e a gente não recebe nada em troca. Não tem segurança, se o caminhão é roubado a polícia não consegue encontrar, corremos risco de ser assaltado. É uma questão de sobrevivência hoje que essas reivindicações sejam atendidas. O diesel está R$ 3 o litro, o meu caminhão faz 2 km com um litro. Em 100 km gasto R$ 150 só com o diesel e recebo 470 de frete. Além disso tem os pedágios, que estão muito caros, o seguro do caminhão que é R$ 8.000 por ano, a parcela do financiamento. Os bancos colocaram os juros do financiamento lá em cima e não querem saber se a economia vai bem ou mal, querem é tirar o bem se não pagar. Como está não temos mais condições de sermos autônomos, de pagar as contas da família. Não tem cabimento, com um bem de R$ 200 mil, não sobra R$ 150 no fim do mês depois das contas pagas. O caminhoneiro precisa ter um seguro, pagar um plano de saúde, porque as condições de trabalho são precárias, tem gente com problema de pressão alta, de depressão...", disse o caminhoneiro Renato Martins de Almeida.
A princípio, o movimento pede apenas melhorias para a categoria, mas pode se tornar uma questão política. "Eu acho que quando as reivindicações não foram atendidas a questão política vai surgir naturalmente. Porque eles prometem que vão melhorar as condições de vida e não melhora nada. E a corrupção não para, o país está na mão de bandidos. A Dilma (presidente da república) disse que vai colocar a guarda nacional contra o movimento. Se eles tentarem alguma coisa, tentarem segurar os piquetes, aí vai ser pior, o pessoal pode até queimar caminhão", alerta Renato.
Segundo o caminhoneiro Wilson André, na greve passada, entre março e abril deste ano, o governo federal prometeu trabalhar por uma tabela mínima, porém não houve qualquer avanço nesse sentido. "No início do ano o diesel consumia 45% do valor e agora é mais de 60%", contabilizou.
Participam da paralisação sindicatos de caminhoneiros de Betim e Contagem, os Cegonheiros mais caminhoneiros autônomos.
Atualizada às 10h35
Jornal O Tempo
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