11/10/2015 09h40
Brasília
Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil
Grafia tem de ser definida antes de 2016 quando o acordo torna-se obrigatório, alerta OAB - Arquivo/Agência Brasil
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quer discutir a definição da grafia de algumas palavras da língua portuguesa com os demais países signatários do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
No dia 12 de novembro, o Conselho Federal da OAB vai apresentar um relatório detalhando as sugestões na Academia de Ciências de Lisboa, em Portugal. A partir de então, o debate poderá ser ampliado também para os países do continente africano.
No Brasil, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa passa a ser obrigatório no ano que vem, mas, para a OAB, as novas regras ainda deixam dúvidas na grafia de algumas palavras, que ainda não constam no dicionário da língua portuguesa. A Ordem quer que as sugestões sejam incorporadas ao Sexto Vocabulário Comum da Língua Portuguesa, em 2016.
No início do ano, a OAB buscou a Academia Brasileira de Letras (ABL) e o Ministério das Relações Exteriores para propor definições de palavras que têm impacto no meio jurídico. A intenção agora é levar o debate para os outros países.
“Será o início de um projeto que queremos desenvolver em todas as ordens dos advogados e nos órgãos oficiais desses países”, explica o representante oficial da OAB para assuntos ligados ao Tratado Internacional da Língua Portuguesa, Carlos André Nunes. Além do Brasil, assinam o acordo Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Na última terça-feira (6) Nunes conversou sobre questões do acordo em encontro com o embaixador português, Francisco Ribeiro Telles. Segundo o representante da OAB, o tratado ainda é alvo de polêmica, principalmente em Portugal, onde metade da população concorda e metade discorda.
Para o advogado, falta mobilização no Brasil. “Neste momento a sociedade civil precisa debater o assunto. O acordo vai entrar em vigor, mas a nossa preocupação é com o vocabulário, queremos que sejam retirados os problemas que o acordo tem. É importante que outros grupos além da OAB, saibam que também podem fazer sugestões.”
Sugestões da OAB
Uma das principais questões em debate é o uso do hífen. A expressão lava jato, por exemplo, que dá nome à operação da Polícia Federal que investiga desvio de recursos na Petrobras, entra no rol das palavras duvidosas. Existem dúvidas também em palavras usadas no meio jurídico, como hora extra, que pode ser usada com hífen, caso em que extra é característica da hora.
O uso de letra maiúscula ou minúscula também gera dúvidas. É o caso da palavra país, para a qual a OAB vai sugerir inicial maiúscula quando se referir a um termo já citado. Por exemplo, se um texto mencionar Brasil e, logo em seguida, país, escreve-se País.
A OAB também não está satisfeita com a eliminação do trema, que, segundo a entidade, é fundamental para definir a pronúncia de determinadas palavras.
Edição: Nádia Franco
Agência Brasil
Agência Brasil
Providencial! Urge uma solução imediata.
ResponderExcluirProvidencial! Urge uma solução imediata.
ResponderExcluirVeja como a OAB dormiu e agora de "cadeira de rodas" tenta fazer algo. Tardiamente.
ResponderExcluirXXXXXXXXXXXXXXX
O Novo Acordo Ortográfico está em vigor no Brasil desde 1º de janeiro de 2009, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi proposto inicialmente em 1990, quando foi assinado em Lisboa (Portugal) e só aprovado em 1995, mas entrou em vigor 14 anos depois, em 2009 porque aguardava a ratificação de Portugal, o que ocorreu em 2008.
Embora a grafia passe a ser unificada, a pronúncia e o vocabulário não mudarão. Foi determinado prazo até 2013 para que os brasileiros absorvessem todas as mudanças que, enfim, tornariam-se normas obrigatórias a partir deste ano. Mas este prazo foi estendido pelo governo brasileiro até 2016.
Corretores ortográficos
Por meio deste Acordo busca-se a unificação do idioma na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa , formada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste (último país a aderir).
Principais mudanças do Novo Acordo Ortográfico
TREMA
O trema deixou de existir em todas as palavras da língua portuguesa, se antes você escrevia conseqüência,cinqüenta, freqüência, agora passe a escrever sem o trema - aquele dois pontos em cima do u-
ACENTUAÇÃO
1.Ditongos de palavras paroxítonas - ei e -oi
Deixaram de existir os acentos nos ditongos - o encontro de duas vogais pronunciadas em uma só sílaba, como por exemplo ideia (EI é um ditongo) - abertos de palavras paroxítonas (que possuem acentuação na penúltima sílaba) como: moreia, europeia, paranoia, centopeia e onomatopeia, joia, estreia.
2. Hiato
Deixaram de existir os acentos circunflexos nos hiatos - uma repetição de vogais que pertencem a sílabas diferentes, como por exemplo enjoo (as sílabas da palavra são en/jo/o) - nos seguinte casos:
Exemplos:
oo - entoo, perdoo e abençoo
ee - creem, releem e preveem
Antes: Vôo - Enjôo - Vêem - Lêem
Agora: Voo - Enjoo - Veem - Leem
3. A letra U e I tônico
A letra U e I tonca deixa de ser acentuada nas sílabas que, qui, gue e gui de verbos como apaziguar, averiguar e obliquar. Também perdem os acentos as palavras paroxítonas que têm a letra I ou U tônicos precedidos por ditongos, como a palavra feiura, baiuca, cheiinho.
Antes: Feiúra - Baiúca - Cheiínha
Agora: Feiura - Baiuca - Cheiinha
4. Acento diferencial -Os acentos diferenciais, que são usados para distinguir duas palavras iguais com significados diferentes, como por exemplo pára (do verbo parar) e para (preposição) deixa de existir nos seguintes casos: Para (verbo)
Pelo (substantivo) - que se diferencia da preposição pelo
Antes: Pára - Pêlo - Pólo - Pêra
Depois Para - Pelo - Polo - Pera
*Exceção
Como toda regra há exceção, o acento diferencia permanece:
* Pôde (do verbo poder no passado), que mantém o acento para se distinguir de pode, o uso do verbo no presente;
* Pôr (verbo), que mantém o acento para se diferenciar da preposição por.
5. ALFABETO
O alfabeto brasileiro ganha mais três letras, passando de 23 para 26 letras no total. Foram incluídos o K, o W e o Y.
A inclusão das novas letras não é totalmente uma novidade para o brasileiro. Elas já eram usadas em algumas situações, como siglas ou palavras originárias de outras línguas:
Exemplos:
km (abreviação de quilômetro), w (abreviação de watts), kg (abreviação de quilograma), kung fu, Washington, Kaiser e Franklyn.
6. HÍFEN
De todas as mudanças na nova ortografia, as mais complexas e onde todos estão tendo mais dificuldades é onde o hífen deixou ou não de ser usado.
Uso do hífen na nova ortografia
Hifen: Quando usar e não usar, parte II
Hifen: Quando usar e não usar, parte III: Uso do hífen com compostos
Quando achamos que já aprendemos um pouco, ai vem um novo acordo ortográfico e muda muitas regras, a dificuldade maior do aprendizado da língua portuguesa é a maneira que é ensinada, pois aprendemos de forma errada, modo arcaico, assim tornado o aprendizado bem lento e complicado, mas conheço uma forma de aprender português de forma prática e eficiente.