Carlos Newton
Reportagem do jornalista Dimmi Amora, na Folha, mostra a verdade sobre as pedaladas fiscais usadas pela presidente Dilma Rousseff para maquiar as contas do governo e criar superávits irreais. Ele relata que a presidente Dilma Rousseff recebeu o então presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Augusto Nardes, a 12 de junho de 2014.
Nardes mostrou a Dilma que graves irregularidades eram cometidas sem que o governo adotasse medidas para saná-las. O relator das contas de 2013, ministro Raimundo Carreiro, cogitava rejeitá-las, o que poderia impedir Dilma de concorrer à reeleição.
A presidente mostrou-se preocupada e disse não ter conhecimento de tudo. Mandou que representantes do governo procurassem o relator com a promessa de que os problemas seriam sanados. O ministro Raimundo Carneiro então considerou que rejeitar as contas naquele momento, próximo da eleição, poderia parecer um ato político. Fez críticas, mas aprovou a prestação de contas com 26 ressalvas.
DILMA SABIA DE TUDO
Tradução simultânea: Dilma sabia de tudo. Ao invés de parar com as pedaladas fiscais, simplesmente as elevou à última potência. Desprezou as advertências do TCU e, quando as contas de 2014 foram rejeitadas pelos auditores do tribunal, mentiu e veio com a conversa de que não sabia de nada, as pedaladas eram da responsabilidade do então secretário do Tesouro, Arno Augustin, que prazerosamente assumiu a culpa, numa iniciativa teatral.
Agora, em mais uma encenação, a própria Dilma baixa um decreto para simular estar impedindo o governo de insistir nas pedaladas, como se não soubesse que a proibição já existe em lei complementar (Lei de Responsabilidade Fiscal) e o decreto é inconstitucional, conforme ficou provado aqui na Tribuna pelo jurista Jorge Béja, sem que uma só voz se erguesse para contestá-lo.
CRIAÇÃO DE DILMA
Em entrevista a Idiana Tomazelli e Vinicius Nedes, no Estadão, o ministro Bruno Dantas confirma que o pagamento de vultosas contas de programas sociais por bancos públicos, infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, é criação do governo Dilma. Segundo ele, houve registro de práticas semelhantes no passado, mas sempre em valores reduzidos, e não há base comparativa, mesmo em relação ao primeiro mandato de Dilma Rousseff.
“Quando as contas dos programas sociais estão sendo pagas pelos bancos públicos, isso infringe a Lei, mas é apenas uma parte do problema. Isso significa falta de planejamento”, afirma Dantas, assinalando que, antes, eram valores reduzidos, usados para viabilizar o sistema, mas passaram a ser usados na casa dos bilhões de reais. “Não há base comparativa”, repete o ministro.
Como dizia Roberto Carlos, daqui para a frente, tudo será diferente. E nenhum chefe de governo se julgará todo-poderoso, a ponto de menosprezar as advertência do TCU. Dilma vai pagar caro por isso.
Carlos Newton
http://www.tribunadainternet.com.br/dilma-vai-pagar-caro-por-ter-esnobado-as-advertencias-do-tcu/
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