Sem a ajuda de Temer, aumenta o isolamento de Dilma
Paulo de Tarso Lyra
Correio Braziliense
O calvário enfrentado pela presidente Dilma Rousseff, que parece ser cada vez mais fundo, torna-se quase infinito porque, para superá-lo, são necessários fatores que se encadeiam e nos quais a presidente não consegue ter bom desempenho. A pífia popularidade, na casa dos 7%, só vai melhorar se a petista conseguir resolver os problemas da economia, avaliam aliados e especialistas.
Parlamentares e ministros acreditam que a crise política derruba a confiança, jogando no chão os indicadores econômicos. Como a presidente demonstra inapetência política, a turbulência econômica não estanca e a popularidade não reage, em um círculo vicioso que paralisa o país.
“A presidente precisa, antes de tudo, escolher o que quer da vida. Se vai fazer o ajuste para ficar de bem com os mercados, faça. Se dará as costas aos investidores para atender às demandas dos movimentos sociais e amparar-se neles para superar a crise, siga por esse caminho. O que não dá é para ela ficar como está, com um pé em cada canoa”, afirma Sônia Fleury, professora de ciência política da FGV/Ebape.
REBELIÕES INTERNAS
Dilma também enfrenta uma série de rebeliões internas. O PMDB, como partido, não mais como grupos isolados, deu as costas para o governo e já fala na administração que tem o vice-presidente e seis ministros em terceira pessoa.
Depois de inaugurar o parlamentarismo branco com Renan Calheiros (PMDB-AL) no Senado e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Câmara sufocando o Planalto, a legenda agora inaugurou o desembarque branco: não entrega os cargos, mas também não se empenha para mudar o que está acontecendo.
EXPULSARAM TEMER
“O Temer (Michel Temer, vice-presidente) tinha se comprometido a ajudar o governo na articulação política. Acabou saindo. Não porque ele quis, expulsaram ele”, reclamou um cacique peemedebista.
“Dilma está cercada de um grupo de petistas palacianos que fazem intriga atrás de intriga e não deixam o governo andar”, completou o parlamentar.
“O governo precisa agir. Se não agir, não vai sair desse marasmo. O problema é que, quanto mais conversamos, mais claro fica que eles não sabem para onde ir”, completou o aliado de Temer.
Tribuna da Internet
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