segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Fazenda pede reintegração de posse, mas MST mantém ocupação da sede na Esplanada

03/08/2015 18h02
Brasília
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil*

O Ministério da Fazenda ingressou hoje (3), na Justiça Federal, com um pedido de reintegração de posse do seu edifício-sede, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, ocupado há mais de 12 horas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que alega não ter sido notificado para deixar o local e garante que não desocupará o prédio enquanto não tiver uma reunião com o governo.

De acordo com o movimento, inicialmente a Secretaria-Geral da Presidência da República tinha marcado a reunião entre vários ministros e representantes do MST para as 16h. Como o encontro até agora não foi realizado e não existe indicação de um novo horário, os sem-terra permanecerão no prédio. Alegando motivos de segurança, o Ministério da Fazenda não informou onde o ministro Joaquim Levy está despachando.

A ocupação começou às 5h20. Com bandeiras do movimento e faixas pedindo urgência na reforma agrária e a saída do ministro Joaquim Levy, os manifestantes protestam contra os cortes orçamentários e o reajuste fiscal anunciados recentemente pelo governo. Ao todo, cerca de 2 mil militantes ocupam o andar térreo e o estacionamento do ministério, segundo o MST. A Polícia Militar estima o número de manifestantes em 700.

Além do Distrito Federal, a mobilização ocorre em 18 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Em 12 estados, também houve ocupação em sedes do Ministério da Fazenda.

O MST critica o ajuste fiscal e reivindica o fim dos cortes no orçamento da reforma agrária. O Ministério do Desenvolvimento Agrário teve o orçamento para 2015 cortado em 52,8%, de R$ 3,598 bilhões para R$ 1,697 bilhão, de acordo com os decretos de limite de gastos editados pelo governo.

*Colaborou Daniel Lima

Edição: Jorge Wamburg

Agência Brasil

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