12h01min - 04 de Agosto de 2015 Atualizado em 12h06min
Nova diretoria busca a adaptação e o desenvolvimento de tecnologias para aumentar a produtividade no campo
Fazenda Triunfo
Norte de Minas é responsável por 52,4% da produção de banana no Estado
Na próxima quinta-feira (6/8), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) completa 41 anos. Vinculada à Secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a empresa realiza pesquisas que buscam a adaptação e o desenvolvimento de novas tecnologias para aumentar a produtividade no campo, gerar mais renda e potencializar o agronegócio mineiro.
À frente da gestão da Epamig desde o mês de março, o zootecnista Rui da Silva Verneque, pesquisador da Embrapa há mais de 30 anos, afirma que a prioridade atual é a reestruturação administrativa e das linhas de pesquisa. “Estamos revisando o organograma da empresa e definindo os programas de pesquisa prioritários. A intenção é focar em trabalhos que atendam às demandas e necessidades do estado de Minas Gerais”, explica o presidente.
A definição dos programas estratégicos e das linhas prioritárias de pesquisa está sendo feita por meio de reuniões de trabalho, com os coordenadores dos Programas de Pesquisa, chefes dos Centros de Pesquisa, membros do Comitê Central de Pesquisa e outros especialistas, buscando a consonância com os programas do Governo Estadual. As pesquisas com a cachaça e o trigo, por exemplo, terão destaque.
“A cultura do trigo no Estado tem crescido bastante e a Epamig precisa participar desse momento. Para isso, é importante fortalecermos a equipe que conta atualmente com quatro pesquisadores. Estamos em contato com a Embrapa Trigo, para a realização de trabalho conjunto, no qual a instituição federal destinará pesquisadores que serão lotados na Epamig e realizarão trabalhos colaborativos nos campos experimentais de Lambari, Três Corações, Patos de Minas e Uberaba”, adianta o diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazilbo de Paula.
Informe Agropecuário 40 anos
Em 2015 a Epamig comemora também os 40 anos da revista Informe Agropecuário. A publicação é um importante instrumento de apresentação de tecnologias capazes de promover qualidade e segurança aos produtos agropecuários.
Esgotando um tema a cada edição, a revista diferencia-se ao apresentar informações completas sobre culturas, atividades ou sistemas tecnológicos capazes de proporcionar desenvolvimento, por meio da inovação. Em quatro décadas foram produzidas cerca de 2 milhões de revistas e divulgados mais de 3 mil artigos técnico-científicos, escritos por pesquisadores da Epamig e de outras instituições, tanto brasileiras como internacionais, destinados a um público composto por produtores rurais, estudantes e profissionais ligados ao setor agropecuário.
Ao longo de 280 edições retratou a história e os resultados da pesquisa agropecuária e os desafios para tornar o Brasil uma potência agrícola mundial, contribuindo para o avanço da ciência, com impactos positivos para o desenvolvimento da agropecuária nacional e benefícios para os produtores rurais e o consumidor final.
Linhas de Pesquisa
Nesses 41 anos, a Epamig atuou no desenvolvimento, na adaptação e na transferência de tecnologias para o fortalecimento da agropecuária em Minas Gerais e no Brasil e tornou-se pioneira em diversas frentes de pesquisa. Atualmente, a empresa desenvolve vários projetos nas áreas de cafeicultura, fruticultura, bovinocultura, aquicultura, olericultura, grãos e oleaginosas, e pesquisa novas alternativas, como a produção de azeitona e azeite, floricultura e vitivinicultura, bem como demandas emergentes relacionadas à preservação de recursos naturais e hídricos.
Café
As pesquisas em cafeicultura têm a finalidade de gerar e adaptar tecnologias para ampliação e desenvolvimento do agronegócio café. O Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro da Epamig, em parceria com a Embrapa Café e instituições que integram o Consórcio de Pesquisa Café, já desenvolveu e registrou 15 cultivares, que possuem resistência a pragas e doenças, são mais produtivas, têm maior vigor vegetativo e resultam em uma bebida de alta qualidade.
Produção Animal
Na década de 70, a Epamig iniciou pesquisas para promover melhorias na produção de leite com gado mestiço. Desde 1998, desenvolve pesquisas com gado F1, em que a matriz zebuína, cruzada com um touro de raça europeia, produz a bezerra F1, melhor vaca leiteira para condições tropicais.
O sistema caracteriza-se pela simplicidade, eficiência e baixo custo. As pesquisas com Gir Leiteiro buscam atender à demanda pela produção econômica de leite e de reprodutores de alto valor genético, compatíveis com as condições de clima tropical e de manejo adotados no país. Tais ações contribuíram para a elevação dos índices de produtividade da pecuária nacional.
As pesquisas em aquicultura sugerem o aproveitamento do potencial hídrico de Minas Gerais para o desenvolvimento da piscicultura, principalmente pelo cultivo de tilápias do Nilo. Os projetos desenvolvidos no setor aquícola incentivam a sustentabilidade econômica e ambiental. A ideia é elevar o rendimento industrial dos peixes e a margem de lucro dos produtores, sem afetar as nascentes e bacias hidrográficas.
Banana
Em 1979, a Epamig iniciou experimentos com a cultura da banana no Norte de Minas, que, atualmente, responde, por mais da metade da produção da fruta no Estado. A bananicultura é bastante exigente em água e, no Norte de Minas, depende de irrigação. A fruticultura irrigada é a atividade agrícola que mais gera empregos na região. No caso da bananicultura, o cultivo e a colheita são 100% manuais. Outra característica é o baixo uso de defensivos agrícolas, propiciado pelo clima seco da região, que inibe a incidência de doenças.
Produtos Lácteos
Os estudos desenvolvidos pelo Instituto de Laticínios Cândido Tostes, em Juiz de Fora, Zona da Mata, são referência para o setor laticinista no Brasil e na América Latina. As tecnologias geradas permitem agregação de valor ao produto e o aumento da competitividade.
Soja
As pesquisas relacionadas à soja permitiram a adaptação da cultura às características do cerrado mineiro e o desenvolvimento de cultivares resistentes a pragas e doenças. Na década de 1970, o estado produzia 400 kg por hectare em 500 ha plantados. Hoje são mais de 1 milhão de hectares plantados e a produtividade é de 3.000 kg/ha, o que significa 7,5 vezes mais no mesmo espaço.
Olivicultura
A Epamig é responsável pela primeira extração de azeite extra virgem do país. O produto é resultado de mais de três décadas de pesquisas relativas ao cultivo de oliveiras e à escolha de cultivares adequadas às condições climáticas da região da Serra da Mantiqueira, no sul de Minas.
Floricultura
A floricultura desponta como uma prática ideal para a agricultura familiar, porque exige baixo investimento inicial e pequenas áreas para o cultivo. Além de realizar experimentos com as flores de corte, já tradicionais em Minas Gerais, a Epamig desenvolve pesquisas para incentivar o cultivo das flores tropicais e/ou ornamentais, que se destacam por suas cores vivas, formas exóticas e texturas originais.
Agência Minas
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