quinta-feira, 9 de julho de 2015

Roubos em BH se concentram no Hipercentro e pedestres são o principal alvo

09h41min - 09 de Julho de 2015 Atualizado em 09h58min

Belo Horizonte detém 5,6% do território e 11,5% da população de Minas Gerais. Mas concentrou 36% dos registros de roubos consumados e tentados no estado no período de janeiro de 2014 a maio de 2015. Dentro dos limites da capital, ocorreu outra concentração notável: 23,6% dos roubos consumados e tentados se distribuíram em nove áreas geográficas que, juntas, abrangem apenas 6,1% do território da cidade.

Quase metade dessa incidência foi observada no chamado Hipercentro, um perímetro que abarca 1,7% da superfície da capital. Tanto em Minas como em Belo Horizonte, os roubos consumados representaram cerca de 95% do total (consumados mais tentados).

Esses resultados estão no Diagnóstico de Incidência de Roubos em Belo Horizonte, produzido pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), por meio do Centro Integrado de Informações de Defesa Social (Cinds), vinculado à Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração (Supid). A divulgação do diagnóstico é inédita e faz parte da política de transparência do Governo de Minas Gerais.

O diagnóstico refere-se aos Registros de Eventos de Defesa Social (Reds), nome atual dos antigos boletins de ocorrência. As nove áreas destacadas pelo estudo, denominadas Zonas Quentes de Criminalidade (ZQC’s) de roubos consumados e tentados, são, pela ordem decrescente de incidência de roubos, além do Hipercentro, com 9,5% do total dos registros na cidade; Shopping Estação (Venda Nova), 3,5%; Avenida Nossa Senhora do Carmo (Sion), 2,5%; Minas Shopping (União), 2,2%; Nova Suíça, 1,9%; Via Shopping (Barreiro), 1,4%; Cidade Nova, 1,2%, Floramar/Tupi, 0,8%, e Coração Eucarístico, 0,6%.


No Hipercentro, quase 60% dos roubos ocorreram, pela ordem, na Praça Rio Branco (Rodoviária), Praça Sete de Setembro e Praça Rui Barbosa (da Estação). No restante da ZQC, a incidência vai de média para baixa à medida que se afasta do contorno das três praças.


Transeuntes

Principal alvo dos roubos na cidade como um todo e nas demais ZQC’s, o transeunte foi atingido de modo ainda mais predominante no Hipercentro. Nada menos do que 73% dos casos foram de roubo consumado e tentado a transeunte. Somando-se todos os roubos a pessoas, como motorista ou passageiro de ônibus ou táxi, por exemplo, o percentual chegou a 85%. Os roubos a casas comerciais e de serviços representaram 7% do total.

Os roubos a transeunte representaram 68% do total de roubos consumados e tentados na ZQC Nova Suíça e na ZQC Coração Eucarístico, 61% na ZQC Shopping Estação e na ZQC Avenida Nossa Senhora do Carmo, 57% na ZQC Minas Shopping, 53% na ZQC Via Shopping, 52% na ZQC Cidade Nova e 48% na ZQC Floramar/Tupi.

Comércio e veículos

Os roubos a estabelecimentos comerciais ou de serviços tiveram maior representatividade na ZQC Floramar/Tupi, com participação de 18,3% sobre o total de roubos consumados e tentados na área. Seguem Via Shopping, 11,3%; Cidade Nova, 10,4%; Shopping Estação, 8,7%; Minas Shopping, 5,7%; Avenida Nossa Senhora do Carmo, 5,1%; Nova Suíça, 4,2%; e Coração Eucarístico, 4,2%.

O terceiro principal alvo de roubos nas ZQC’s são as embarcações terrestres, aquáticas e aéreas, classificação que inclui roubos de veículos ou de valores e objetos no interior destes. A incidência maior é na ZQC Minas Shopping, de 16,9% do total de roubos consumados e tentados. Seguem a ZQC Cidade Nova, 13,3%; Floramar/Tupi, 10,3%; Nova Suíça, 9,6%; Shopping Estação, 9,6%; Coração Eucarístico, 9,6%; Via Shopping, 8,5%. A incidência desse alvo de roubo é baixa no Hipercentro, 1,6%; e na Avenida Nossa Senhora do Carmo, 3,6%.

Na média do território de Belo Horizonte, incluindo as ZQC’s, a distribuição por alvo dos roubos consumados e tentados no período de janeiro de 2014 a maio de 2015 segue a mesma ordem. Roubos a transeuntes são 54% do total, seguidos de roubos a embarcações, 12%, e a estabelecimentos comerciais ou de serviços, 8%.

Arma e ameaça

A arma de fogo é o principal meio empregado nos roubos consumados e tentados em Belo Horizonte, seguida pela ameaça. No entanto, essa predominância é tênue no Hipercentro e aumenta em ZQC’s afastadas da Região Central da cidade.

No Hipercentro, a arma de fogo foi utilizada em 25% dos casos registrados, sendo seguida muito de perto pelo uso de instrumento cortante, perfurante ou contundente, 23%. A ameaça, 15%, e a agressão física, 13%, tiveram uma participação relevante.

Na ZQC Avenida Nossa Senhora do Carmo, a arma de fogo foi o meio empregado em 38% dos roubos consumados e tentados, seguida da ameaça, 17%; do instrumento cortante, perfurante ou contundente, 15%, e da agressão física, 11%.

A utilização de arma de fogo nos roubos consumados e tentados apareceu em 49% dos registros na ZQC Nova Suíça, vindo a seguir o emprego de instrumento cortante, perfurante ou contundente e da ameaça, com 12% de participação cada, e da agressão física, com 8%.

Na ZQC Floramar/Tupi, o recurso à arma de fogo foi praticamente generalizado nos roubos consumados e tentados, com presença em 68% dos casos. Nessa área, o emprego de instrumento cortante, perfurante ou contundente, 2%, e a agressão física (3%) tiveram baixa relevância. A ameaça figurou em 12% dos registros.

A segunda maior incidência de emprego de arma de fogo se deu na ZQC Coração Eucarístico, onde alcançou 64%, seguida da ameaça, 11%; do instrumento cortante, perfurante ou contundente, 7%, e da agressão física, 4%. Na ZQC Minas Shopping, arma de fogo, 59%; ameaça, 11%; instrumento cortante, perfurante ou contundente, 8%, e agressão física, 5%.

Distribuição semelhante se deu na ZQC Via Shopping (Barreiro), com participação de 58% da arma de fogo. A segunda maior incidência foi da ameaça, 10%, seguida do instrumento cortante, perfurante ou contundente, 5%, e da agressão física, com taxa também da ordem de 5%.

Na ZQC Cidade Nova, a distribuição foi a seguinte: arma de fogo, 57%; ameaça, 13%; instrumento cortante, perfurante ou contundente, 7%; e agressão física,5%. Na ZQC Shopping Estação: arma de fogo, 54%; ameaça, 15%; agressão física e instrumento cortante, perfurante ou contundente, com 5% cada. Na ZQC Shopping Estação (Venda Nova): arma de fogo, 54%; ameaça, 15%; instrumento cortante, perfurante ou contundente e a agressão física, 5% cada.

Estabilidade da concentração

Considerando-se os dados de 2014 frente e dos cinco primeiros meses de 2015, o Diagnóstico de Incidência de Roubos em Belo Horizonte concluiu que as ZQC’s Hipercentro, Avenida Nossa Senhora do Carmo e Minas Shopping mantiveram uma incidência de média para alta desse tipo de crime, ao passo que as demais ZQC’s apresentaram queda na concentração.

A equipe do Cinds destaca que os números extraídos dos Red’s de Belo Horizonte não justificam o estabelecimento de novas Zonas Quentes de Criminalidade (ZQC’s) para roubos, tendo em vista a ocorrência difusa dos mesmos no restante do território da capital.

http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticias/roubos-em-bh-se-concentram-no-hipercentro-e-pedestres-sao-o-principal-alvo/

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