JUIZ DE FORA - 11/6/2015 - 19:28
Notícias de: SECRETARIA DE OBRAS
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Foi na tarde desta quinta-feira, 11, que dez pessoas tiveram o privilégio de conhecer a obra de restauração do Museu Mariano Procópio. O “Restauro Visitável” foi conduzido pelo prefeito Bruno Siqueira e pelo superintendente do Museu, Douglas Fazolato. Entre os visitantes, que se cadastraram previamente para a visita, estavam pessoas de atuações e profissões diferentes, como aposentado, mestrando de História da Arte, enfermeiro e professora, entre outros.
Ao final da visita, a admiração pelo trabalho era uníssona. Testemunhas deste trabalho de restauração, os visitantes manifestavam um suspiro de admiração, um olhar impressionado, um sorriso após uma descoberta, o encantamento pelos detalhes.
“Percebemos que as pessoas que estão aqui se surpreendem em relação às obras realizadas. O restauro é muito diferente de uma obra de construção civil. As pessoas que vêm aqui saem vendo que a obra é feita com detalhe e capricho. Nesse tipo de trabalho ocorre a recuperação de todo o ambiente, na forma original, proporcionando às pessoas voltarem ao passado, e esse é nosso maior desejo”, afirmou o prefeito.
A aposentada Marisa Pontes era uma das visitantes e estava impressionada com o trabalho: “Acho que está sendo feito com muita seriedade. Nós, que estamos de fora do projeto e ansiosos pela reabertura do Museu, achamos que a obra está devagar. Mas quando vemos aqui, entendemos o porquê da demora. Vai ser muito importante quando esse Museu, essa casa, puder ser entregue”. Marisa contou ainda que se inscreveu para a visita por sentir uma saudade imensa do Museu, que foi uma referência durante toda a sua vida. Ela participa também de um projeto de poesia, e tem alguns poemas sobre a casa e o parque: “É uma saudade enorme disso tudo”.
O mestrando em História da Arte da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Felipe Côrrea, é juiz-forano, mas atualmente mora em terras paulistas, por conta dos estudos. Ele está pesquisando uma obra do Museu, e contou com entusiasmo o que sentiu com a visita: “Tenho um carinho especial pelo Museu, e poder ver esse restauro acontecendo me deixa muito feliz. Estava ansioso para visitar e ver como estava. Estou muito satisfeito, gostando da forma como a visita está sendo conduzida e como o restauro está sendo feito”.
A professora de História Andréa Silva e o enfermeiro do trabalho José Ricardo Raposo também estavam entre os visitantes. “Meu maior interesse é no patrimônio e no saudosismo, por tanto tempo que o Museu está fechado. A expectativa de tantos anos e a oportunidade de conferir como está o andamento do trabalho nos trouxe aqui”, contou Andréa. Ricardo completou, dizendo que não imaginava que a obra estava nesse ponto: “Muito gratificante participar desse momento. É um Museu que eu frequentava quando criança. Quero trazer meu filho e falar como era, e o que ele vai encontrar”. A professora destacou que nos últimos tempos surgiu uma preocupação maior de preservar o patrimônio, sobretudo um tão rico quanto o do Museu. Ela espera que as crianças cobrem, para que o Museu nunca mais fique no estado que estava.
A restauradora Luciene Akaboshi é formada em Belas Artes e é uma das responsáveis pelo trabalho. A precisão ao restaurar uma porta é impressionante. Para os que observam, a impressão é de que a restauradora está pintando um quadro, onde cada mínimo detalhe faz diferença, podendo um erro pequeno estragar o todo.
“O que mais me fascina na restauração é a descoberta, fazer a busca, achar o original que está escondido. Ficamos ali, querendo devorar aquilo tudo. Aqui, temos que olhar o todo, e olhar como o artista trabalhou no original, para reintegrar as perdas. Comparo nosso trabalho ao de um médico: que analisa tudo e tem um diagnóstico para cada paciente. O trabalho que fizemos em uma janela não será igual ao que faremos na outra”, contou Luciene. Segundo ela, que no momento está restaurando uma porta, este trabalho dura cerca de uma semana. O último passo é passar o verniz, para ficar igual ao original, já que as cores, com o tempo, tendem a perder o viço.
De acordo com Douglas Fazolato, o Museu Mariano Procópio segue o modelo das galerias europeias da época. Seu fundador, Alfredo Ferreira Lage, reproduziu o que viu na Europa na época em que residiu por lá. O Museu está entre os 30 primeiros do país. A Villa Ferreira Lage, residência de Mariano Procópio, data de 1861, e o Prédio Mariano Procópio, construído especialmente para ser um museu, é de 1922, tendo sido doado à cidade em 1936, por Alfredo Lage. A instituição reúne mais de 53 mil itens de grande valor histórico, artístico e científico, com destaque para o acervo do Império brasileiro, protegido por tombamento municipal e estadual.
Nesta etapa dos trabalhos de restauração estão sendo investidos R$ 5,5 milhões, sendo R$ 5 milhões do Governo de Minas e o restante de contrapartida do município. As ações para captação de recursos não estão finalizadas, e a administração vai continuar investindo em parcerias com os governos federal e estadual, além do apoio da iniciativa privada. O Museu estava fechado desde 2008, com sua estrutura ameaçada, e a captação de recursos teve início em 2013, na atual administração. As obras tiveram início em 2014.
TEXTO: Luciana Peralta
FOTO: Gil Velloso
* Informações com a assessoria de comunicação da Secretaria de Obras pelo telefone 2104-8776.
Portal PJF
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