sábado, 30 de maio de 2015

Tribunal recebe denúncia de desvio de armas por ex-soldados do EB em MG

30/05/2015 12h50 - Atualizado em 30/05/2015 12h58

Tribunal recebe denúncia de desvio de armas por ex-soldados em MG

Rafael Antunes
Do G1 Zona da Mata
Todas as armas da campanha ficavam no quartel 
(Foto: Reprodução/TV Integração)

O Superior Tribunal Militar (STM) recebeu denúncia contra três ex-soldados do Exército em Juiz de Fora, suspeitos de desviar 17 armas durante a campanha do desarmamento, entre 2010 e 2012. Outros dois envolvidos no crime, um ex-soldado e um civil, são apontados como receptadores.

Em nota, o Exército Brasileiro (EB) repudiou qualquer tipo de atitude que manche a ética e a moral dos seus integrantes e disse que vai cumprir o que a Justiça determinar. 

Segundo o Ministério Público Militar (MPM), os ex-soldados suspeitos serviam no 4º Depósito de Suprimento em Juiz de Fora, quartel do Exército onde era guardado e destruído todo o material apreendido em Minas Gerais durante a campanha de desarmamento dos governos Federal e Estadual.

Investigações da Polícia Civil apontaram a possível existência de um esquema de subtração desse tipo de armamento e munições dentro do quartel. Segundo informações da polícia, o crime ocorria com o consentimento de quatro militares da unidade, que desviavam e repassavam as armas para uma quinta pessoa, um civil, que era responsável por comercializá-las.

Ainda de acordo com o MPM, as armas eram transportadas na carroceria de um caminhão, em caixas abertas e muitas vezes sem nenhuma supervisão. Três militares aproveitavam este momento para furtar as de maior valor comercial enquanto outro militar, que trabalhava no setor de informática do quartel, impedia que os furtos fossem filmados.

Baseado nessas investigações, a promotoria ofereceu denúncia criminal contra três ex-soldados por furto, por 17 vezes. Contra o militar da informática e o outro suspeito, o crime foi de receptação, conforme o artigo 254 do Código Penal Militar, que prevê pena de até cinco anos de reclusão a quem “adquirir, receber ou ocultar em proveito próprio ou alheio, coisa proveniente de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte”.

Com a decisão do STM de receber a denúncia, o processo volta para a primeira instância, onde passa a seguir o processo penal militar.

O Exército Brasileiro enviou nota ao G1 onde afirmou que não compactua com qualquer tipo de irregularidade praticada no seu meio e destacou que repudia veementemente fatos que deturpem a ética e a moral, imprescindível na conduta dos seus integrantes. Disse ainda que a força terrestre irá cumprir a decisão lavrada pela Justiça.
4º Depósito de Suprimento fica em Juiz de Fora 
(Foto: Reprodução/TV Integração)

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