sábado, 23 de maio de 2015

Treinador de futebol é suspeito de estupro de crianças em Juiz de Fora

23/05/2015 11h21 - Atualizado em 23/05/2015 11h21

Do G1 Zona da Mata
Ameaçado de linchamento, suspeito foi levado para a delegacia 
(Foto: Reprodução/ TV Integração)

Um homem de 46 anos foi levado à delegacia na noite desta sexta-feira (22) após a denúncia do envolvimento dele com estupro de crianças em Juiz de Fora. De acordo com a Polícia Militar (PM), o suspeito, que atua como treinador de futebol em quadras de bairros da cidade, foi denunciado como autor do abuso de dois meninos e uma menina, que tem menos de dez anos de idade. A PM ressaltou que ele não é formado em Educação Física. Ainda segundo a PM, o próprio suspeito teria contado a um militar que atendeu a ocorrência que pratica abusos há cerca de 20 anos. A policia acredita que outras vítimas podem surgir, diante da divulgação do caso.

Após a notícia do caso se tornar de conhecimento público, a PM relatou que moradores do Bairro Eldorado, onde moram as vítimas e o suspeito, foram até o local onde ele trabalhava como garçom para tentar linchá-lo. As agressões foram impedidas pela PM, que levou o suspeito para a delegacia da Polícia Civil.

O caso ainda está em andamento. Vítimas, policiais e suspeito devem ser ouvidos na tarde deste sábado (23) na Delegacia de Plantão, no Bairro Santa Terezinha.

Mais vítimas
O caso veio à tona a partir da desconfiança de um vizinho. De acordo com a PM, este vizinho teria visto uma movimentação na quinta-feira (21), no hall de um prédio em frente ao dele. O vizinho, então, teria descido para conferir o que estaria acontecendo e, conforme ele disse aos policiais, encontrou crianças se ajeitando e o suspeito. Diante da desconfiança, o vizinho conversou com outra moradora do bairro. Juntos, eles foram atrás das mães e contaram. Ainda na noite de sexta (22), as mães se reuniram em uma casa e conversaram com as crianças.

“As mães ficaram sabendo do acontecido, se mobilizaram, acionaram o 190. A viatura foi até o local e começou a ouvir as partes envolvidas. Em conversa com as crianças, relataram detalhes do que aconteceu, do que ele falava e oferecia para elas”, explicou o cabo Alexandre Marques, da 31ª Companhia da Polícia Militar, que comandou o atendimento à ocorrência.

Durante o registro do caso, cabo Marques percebeu que o suspeito estava correndo risco e acionou outra viatura para localizá-lo. “No momento em que estava ouvindo as partes, percebi uma grande movimentação de pessoas já se armando para ir atrás dele, que trabalhava em um restaurante perto da casa das crianças. De imediato, mobilizamos viaturas até o local de trabalho onde o escoltamos e o tiramos do local, porque a praça ficou lotada todo mundo queria linchá-lo. O suspeito pediu para vir à delegacia, como consta no BO de que ele veio de espontânea vontade com a equipe”, explicou cabo Marques.

As três crianças que seriam vítimas do suspeito foram encaminhadas ao Protocolo de Atendimento ao Risco Biológico Ocupacional e Sexual (Parbos), do Hospital de Pronto Socorro (HPS). De acordo com as informações repassadas à PM e que constam no BO, não foi constatada penetração nas vítimas.

A PM informou que as crianças relataram que os abusos teriam ocorrido na sede da associação de moradores do bairro e que o suspeito tinha acesso a elas por causa da prática esportiva. “Ele era treinador de futebol, tinha contato com categorias de base, crianças de 8, 10, 12 anos. Ele tinha a chave da sede do bairro, apesar de não ser mais o presidente, continuava a levar as crianças para lá para praticar estes atos. E depois dava R$ 2, R$ 5 para elas”, narrou cabo Marques.

Na delegacia, o policial militar conversou com o suspeito e disse que há possibilidade haver mais vítimas. “De acordo com o suspeito, o primeiro histórico deste tipo ocorreu na quadra do Bairro Borboleta há cerca de 20 anos. Ele nem sabe mais quem é a pessoa. O delegado dará sequência à apuração, deve desencadear uma investigação e provavelmente devem aparecer mais vitimas. Os pais que desconfiarem, devem vir à delegacia, citar o nome do suspeito e serão incluídos no processo”, afirmou.

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