MARÇO 15
O movimento “Vem Pra Rua” tomou força e parece tirar de casa muitos que ainda estavam dentro do armário político em relação ao que estava e está acontecendo no Brasil. Temos que, por ofício, buscar os motivos e razões do porquê tanto tempo para uma reação do brasileiro a essa lambança que resulta em prejuízos em todos os níveis da vida brasileira. Não está apenas no lado do governo e da política a causa da situação que hoje vivemos. Existe uma teia de concessões e de aceitação entre os que formam o conjunto da obra de malfeitos que grassa por todo território nacional com aval da sociedade. Onde está então o lado “correto” da sociedade deste País?
Em uma análise, sem as pautas filosofais, vamos ver que não existe no povo brasileiro, em quase sua totalidade, um item de vida fundamental ao equilíbrio social e de básica retidão em seu comportamento: o interesse em lutar pelo que é decente e correto. Dá valor, e muito, a todos os atos descompromissados e que tenha distância de seriedade e correção. O “vem pra rua” é a expressão de parcela da população um pouco mais antenada com o futuro tenebroso que teremos em razão dos acontecimentos políticos e de um governo sem rumo. O brasileiro em geral não enfrenta pra valer e, mais ainda, finge não perceber o caminho perigoso que o Brasil está tomando.
O “vem pra rua” poderá ter sucesso até mesmo com mais de 200 mil pessoas em São Paulo e outros milhares nas cidades programadas. Mas nenhuma localidade, penso e posso até me enganar, vai alcançar os 350 mil que foram atender ao chamado de Preta Gil no Rio de Janeiro para a festa do bloco do beijo ou o um milhão da passeata GLB, número que pode ser alcançado se proceder a notícia de engajamento das igrejas. Há falta de consciência e consistência política. A população sempre se deixou levar por alguém, ou mesmo pelo Estado, ao qual cabe dar solução a todos os problemas e que estes não lhes dizem respeito. Ela fica acomodada e sem qualquer responsabilidade ante aos acontecimentos que aos poucos vai corroendo a organização social. Aceita passivamente o aniquilamento de seus filhos que estão cada dia mais frequentando as sarjetas da criminalidade, são os futuros homens sem qualquer futuro. A ignorância está se alastrando pelos campos da pobreza cultural, política, econômica, educacional e por aí vai.
É nesse campo fértil da ignorância que nascem as lideranças desqualificadas para promover avanços a um Estado de forma sustentável e segura, mas, lógico, não dá certo. Não há como negar que se estamos nesta situação foi porque o povo permitiu. Para que isso mude, é necessário um mínimo de compreensão do que estamos vivendo e os riscos que a Nação corre. Hoje, podemos dizer, a Venezuela é o pré-lançamento do Brasil no campo da pobreza. Isto está sendo entendido? É claro que não, o povo mal sabe do que se passa na esquina e por isso não se revolta e acredita que é assim mesmo. Vê quase sempre pela TV os noticiários, mas eles não lhe transmitem nada e sequer o leva a pensar. Isso é tão verdade que nas eleições os donos dos malfeitos são reeleitos anos após anos. Não se interessam por renovação porque não participam da vida política nem se informam sobre ela, apenas no período eleitoral.
Estes fatos é que permitem o surgimento de líderes, ditos populares, mas para mim oportunistas, que sequer leram um único livro na vida. O citado espaço que este tipo encontra é também oferecido ante a omissão dos considerados qualificados. A quem cabe então a responsabilidade por tudo que estamos vivendo? Aos maltrapilhos desqualificados ou aos que fogem dela? É claro que a ausência da parte qualificada e decente é que entrega de bandeja os rumos do Brasil aos que, principalmente de certa parcela com alguma formação, se aproveitam da ignorância e falta de preparo dos oportunistas. Aderem aos assaltos dos cofres públicos formando uma corrente única a favorecer as mais variadas constituições de bandos que, vorazes, se locupletam do Erário público, do dinheiro do povo.
Os que me agraciam com sua leitura, sabem que desde 2004 venho dizendo que é impossível desenvolver uma Nação a base de ofertas de crédito. Isto pode até ocorrer em País que tenha a ética, a moral, o espírito cívico e o zelo do bem público como norma. É uma intervenção estatal que busca, temporariamente, garantir o emprego sem contudo provocar inflação em razão dos excessos que vimos ao longo destes 13 anos de Poder. É a teoria de Keynes, mas para isso os governantes tem que ter ilibada reputação e conhecimento de causa e não manipular dados. Temos isso? Então “vem prá rua” neste março, 15.
http://www.luizberto.com/Blog Jornal da Besta Fubana
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