sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Três adolescentes apreendidos suspeitos de duplo homicídio brutal

20 de fevereiro de 2015 - 17:26

POR TRIBUNA

Movimentação foi intensa na área, com várias viaturas da PM, Bombeiros, Polícia Civil e a funerária responsável pelo encaminhamento dos corpos para o IML (Foto: Felipe Couri/20-02-15)

Três adolescentes, com idades entre 14 e 16 anos, foram apreendidos suspeitos de assassinarem brutalmente dois homens, na madrugada desta sexta-feira (20), em Filgueiras, Zona Nordeste. O cabo reformado do Corpo de Bombeiros Ronaldo Jorge Abraão, 45, e Claudinei Arantes Lana, 41, foram encontrados mortos na parte alta do bairro, perto da caixa d’água, próximo às ruas José Pitta de Castro e Manoel Teixeira da Fonseca. Uma das vítimas apresentava 26 perfurações à faca, enquanto a outra sofreu oito golpes. A violência do duplo homicídio chamou a atenção pela frieza dos jovens, que, conforme a polícia, confessaram o envolvimento no crime.

Dois deles, ambos de 16 anos, já haviam sido apreendidos na madrugada após se envolverem em um acidente com um carro furtado. A ligação deles com os assassinatos, no entanto, só foi descoberta no final da manhã, quando os corpos foram encontrados, e a Polícia Militar verificou que uma das vítimas era proprietária do Opala Diplomata levado pelos jovens. O terceiro envolvido, 14, foi apreendido no início da tarde em Filgueiras. Outros dois adolescentes que também teriam participado dos assassinatos estão foragidos. Uma equipe da Polícia Civil está à procura da dupla. Três meninas, de 13, 14 e 16 anos, teriam presenciado o crime.

A partir da localização dos cadáveres no terreno da caixa d’água, a movimentação foi intensa na área, com várias viaturas da PM, unidade do Corpo de Bombeiros, perícia da Polícia Civil e a funerária responsável pelo encaminhamento dos corpos para necropsia no Instituto Médico Legal (IML). O acesso da imprensa ao local foi impedido até a retirada das vítimas, e o cenário que restou foi de duas extensas marcas de sangue, já cobertas por folhas e galhos, a cerca de dez metros de distância uma da outra, indicando os pontos onde, supostamente, os homens estavam caídos.

Ao chegar no endereço da ocorrência, o comandante da 31ª Companhia da PM, capitão Acioli Lazzarini, disse que havia muitos vestígios na cena do duplo homicídio. Segundo ele, os dois adolescentes que já estavam apreendidos na delegacia pelo furto do veículo “narraram com frieza de detalhes” os momentos que antecederam o crime e a própria ação. O motivo do crime ainda está sendo investigado.

Ainda conforme o capitão, as vítimas e os suspeitos são moradores de Filgueiras. As três meninas que teriam presenciado o assassinato foram conduzidas à delegacia para prestarem depoimento. Os envolvidos estão sendo ouvidos neste momento na delegacia de Santa Terezinha. O delegado Carlos Eduardo Rodrigues está à frente do caso.

Fuga
Segundo o capitão Lazzarini, na fuga, os adolescentes bateram com o carro de uma das vítimas, um Opala, que seria adaptado para deficiente físico. O acidente aconteceu no Bairro Bandeirantes, também na Zona Nordeste. Antes de ser descoberta pelo envolvimento nos assassinatos, a dupla detida alegou à policia que viu um Diplomata parado com a chave na ignição na Rua Orlando Riani, em Filgueiras, e decidiu “dar uma volta”. Os jovens seguiram conduzindo o veículo em direção ao Bandeirantes, passaram pela Rua Paracatu e, ao acessarem a Rua Aníbal dos Santos, bateram em um Nissan Tiida estacionado. Após o acidente, os rapazes tentaram escapar a pé, mas apenas um conseguiu.

“O proprietário do veículo atingido ouviu o barulho e conseguiu visualizar os adolescentes fugindo. Ele ligou para a polícia, passou as características, e dois suspeitos acabaram sendo abordados no Parque Guarani”, contou o militar do Pelotão de Policiamento de Trânsito (PPTran), cabo Fernando Assis. Os jovens foram levados para a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, acompanhados dos responsáveis. Antes do crime ter sido desvendado, a PM ainda tentou localizar o proprietário do Opala na residência dele, sem saber que ele estava morto.

Jornal Tribuna de Minas

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