7 junho 2014
OPORTUNIDADE NO HORIZONTE
De cada quatro brasileiros, três estão extremamente insatisfeitos. Este é o levantamento feito no Brasil, publicado no “Estadão”, pelo Pew Research Center, um dos mais importantes institutos de pesquisas dos Estados Unidos. Resultado, acredito, que bate de frente com as pesquisas feitas pelos institutos brasileiros tais como Ibope, Vox Populis e outros. A insatisfação vai desde a economia (67%), passa pela carestia (85%), atravessa criminalidade e a área de assistência médica (83%), despenca pela reprovação da presidente (63%) e deságua na Copa com críticas (61%) sobre ela. Há um dado da pesquisa que chama a atenção, é o que diz respeito ao “governo nacional”, reprovado por 75% dos brasileiros.
O significado disto é que a população não está mais aceitando as mazelas que desmoralizam o Executivo e o Legislativo. Pior, seja lá qual for o ocupante do cargo Executivo e membros do Congresso Nacional, Assembléias estaduais e Câmaras municipais, a instituição “governo” não gera mais respeitabilidade. É vista como “antro” de corrupção, de negociatas. Este é um fato, constatado pela pesquisa, muito perigoso porque abre possibilidades de instabilidade social grave. Esta situação torna-se mais preocupante ainda quando, em pesquisa da Data Popular de Renato Meirelles (Estadão/Sonia Racy), 58% dos jovens brasileiros acham que o Brasil seria melhor sem partidos. O bom é que se constatou que eles entendem ser possível mudar o País pelo voto, ou seja, o sistema político ainda sobrevive.
Como todos sabem, até porque ninguém nasceu grande, a juventude olha para frente, fazendo do passado história, e não saudade, o ópio paralisante do viver. Ela quer saber o que terá disponível para sua vida. Muito mais que isso, ela procura, constatado na pesquisa, estabilidade para viver com tranqüilidade. Quer ter uma economia que propicie segurança laboral e de ganhos. O Brasil jovem não quer mais o discurso de País rico, de fórmulas econômicas e emaranhados de leis e regras para viver. Antes do País rico, o jovem precisa se estabilizar, se livrar dos pesos do Estado, do seu sacrifício que não lhe dá retorno, vide escolas, saúde, transportes e por aí vai.
Esquece, a classe política, de que esses jovens de hoje tinham na virada do século não mais que 10/15 anos. Planos econômicos tipo Real, a subida de um operário ao Poder no início do século foram os últimos resquícios de uma geração que veio dos anos 70 e que já não mais consegue visualizar o que a vida hoje tem como exigência, a paz social e a tranqüilidade econômica. Nenhum jovem contesta a riqueza individual ou de grupos. Ela é importante, mas querem que a sua escola, o seu transporte coletivo, o seu atendimento médico, a segurança do seu trabalho tenham qualidade e valor. Querem acessibilidade a cultura, aos esportes, ao lazer e segurança ao sair para o convívio social. Buscam por valores de vida que tragam benefícios coletivos tais como respeito a ética, a moral. São cerca de 50 milhões de jovens entre 15 e 30 anos que estão aí a pedir por mudança, não desejam mais ilusionismo. “A política é analógica e o jovem digital” (Renato Meirelles).
O comando do Brasil está envelhecido, não pelo tempo, mas nas idéias, nas propostas, nas ações. Nada se cria, pior nem se copia como os chineses. É uma inanição de capacidade gerencial, ausência de responsabilidade com a coisa pública, ilusionistas que se aproveitam do erário público, e mais que tudo isso, descompromissados com a população para a qual só oferecem discursos. O tempo é agora, essa massa de 50 milhões de jovens podem mudar tudo isso aí. Já estão preparados para o voto e podem entender que não é possível continuar mais ignorando os reflexos da política no seu dia a dia, ela faz parte de sua vida. Ignorá-la é continuar no sofrer e perder anos preciosos do seu viver. A oportunidade está no horizonte, chegou a hora que esperava para tomar a rédea da condução política com sua força de eleitor, com seu voto. Repito, há uma oportunidade no horizonte.
http://www.luizberto.com/
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