quinta-feira, 10 de abril de 2014

OAB identifica casos de racismo sem a menor justificativa

10/04/2014
Francisco Vieira

A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) realizou esta semana, na terça-feira, um ato de desagravo em protesto contra episódios de racismo no estado, acontecidos nos últimos meses.

Sempre é bom combater qualquer tipo de discriminação. Mas acontece que o presidente da Comissão de Igualdade Racial do órgão, Marcelo Dias, foi infeliz ao citar o caso da prisão do ator Vinícius Romão como um dos casos explícitos de racismo.

“É um ato de desagravo às vítimas de racismo e violência no estado. Nos últimos dois meses temos visto casos que me deixam estarrecido. O caso do suspeito de assalto amarrado ao poste; o caso do Vinícius Romão, que ficou 16 dias preso; o de Nina Silva, barrada na porta giratória de um banco; e da própria Cláudia [Silva Ferreira], que foi arrastada por uma viatura da [Polícia Militar] PM, são alguns deles”, disse o advogado.

Participou do ato o pai do jovem Hercules Menezes Santos, de 22 anos, que foi preso, acusado de roubar um veículo na região da Pavuna, em 27 de julho do ano passado. Hercules teve prisão preventiva decretada depois de ser reconhecido pela vítima, e está detido há mais de 80 dias.

“O receptador foi preso, e eles procuraram alguém com as características do suspeito no perfil do Facebook dele”, afirmou o advogado Bruno Cândido, também da Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ. “Recentemente, uma quadrilha foi presa por crimes da mesma tipificação na mesma região, e um deles tem semelhança física muito grande com o Hércules”.

AS INCOERÊNCIAS

1- O ator Vinicius é negro, mas a vítima que o apontou como ladrão também era negra! O nobre presidente estaria dizendo, nas entrelinhas, que a vítima é uma negra racista? O ladrão também era negro, pois se fosse branco não teria sido confundido com um negro. E agora? Se alguém fora assaltado por um ladrão negro será considerado racista se não fizer um retrato falado de branco?

2-Está também equivocado o doutor, ao achar que o “suspeito” de assalto foi amarrado ao poste por causa da cor da pele. Foi amarrado por causa do caráter, porque era um bandido e porque ninguém acredita no trabalho do nosso Poder Judiciário. Naquela mesma terça-feira, aqui no Distrito Federal, a população pegou um estuprador em flagrante, o apedrejou até a morte e ninguém quis saber a cor da pele dele. Só quiseram saber que era um estuprador.

3-O jovem Hercules é negro e, assim como no caso do ator, só foi apontado pela vítima como ladrão porque, conforme disse o advogado da própria OAB, “um deles tem semelhança física muito grande com o Hércules”. Provavelmente essa semelhança abrangia algo mais que a altura e compleição. Será que o presidente quer que, após certa quantidade de negros serem presos, crie-se cotas de prisão para brancos para balancear a “cor nos presídios”?

4- Teria sido em uma manifestação de desprezo com a vida humana ou um caso de racismo que fez os policiais arrastar o corpo da senhora Cláudia como se fosse um saco de cimento? Só se foi racismo de negro contra negro, pois pelo menos um dos policiais é negro e os outros de cor “parda”.

5-Como desconheço o caso da jovem que ficou presa na porta giratória, nem sei se o sensor de detector de metais da porta é automático ou é acionado pelo segurança, prefiro não emitir opinião, mas é preciso ter sabedoria para não ver fantasmas onde tem apenas sombras.

Só tenho certeza que cada vez que uma porta giratória travar com alguém, o caso se transformar em episódio de racismo, este país virará uma grande balbúrdia

LUTHER KING

“-Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.” Martin Luther King Jr.

a) Pelo sonho, Martin L. King não gostaria que os seus filhos viessem a morar no Brasil de hoje, pois aqui seriam classificados pela cor da pele;

b) Os doutores acima, mesmo vivendo em 2014, deveriam aprender e se atualizar com as palavras do líder negro, ditas em 1963.

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