22/03/2014
Do G1 RS
Suspeito de tentativa de golpe foi repreendido por idosa
(Foto: Tiago Avila, divulgação/Grupo Repórter)
Um dos suspeitos presos após tentativa de aplicar o "golpe do bilhete premiado" em uma idosa em Ijuí, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, foi solto na noite de sexta-feira (22) após pagar fiança de R$ 1.500, segundo o advogado Solano Oliveira. O outro suspeito, o mais velho da dupla, teve a prisão preventiva decretada e foi levado para a penitenciária modulada da cidade.
De acordo com a polícia, os dois tentaram dar o golpe em uma mulher de 82 anos. Entretanto, o carro foi monitorado por policiais militares e, após denúncia, eles foram encaminhados à 2ª Delegacia de Polícia, onde a idosa puxou a orelha do mais jovem, que mais tarde foi liberado.
Segundo o advogado da dupla, o suspeito mais velho não foi liberado sob fiança devido à existência de outros inquéritos em julgamento. Entretanto, ele garante que os dois têm residência fixa e poderiam responder em liberdade.
O caso ocorreu por volta das 10h no Centro de Ijuí. A idosa foi abordada na Rua 14 de Julho por um homem que se dizia analfabeto e pedia uma informação. Durante a conversa, outra pessoa dizia à dupla que tinha um bilhete premiado e precisava de duas testemunhas para retirar o valor.
"Era a historinha de sempre", disse ao G1 a delegada Ana Paula Burille na sexta. "O outro sujeito seria uma [das testemunhas], e pediu que a senhora fosse a segunda. Eles a convidaram para ir à Caixa Econômica Federal. Ela embarcou no carro e, no meio do caminho, começaram a fazer umas voltas. Nós sabemos como isto terminaria, eles arrumariam um jeito de a pessoa fazer um depósito", conta.
Policiais observam 'puxão de orelha' em suspeito
(Foto: Tiago Avila, divulgação/Grupo Repórter)
No entanto, segundo a polícia a idosa percebeu que o carro não se dirigia à Caixa e pediu para descer. Após ela sair na Avenida 21 de Abril, perto da Rodoviária da cidade, uma pessoa que a conhecia viu a situação e acionou a Brigada Militar, que já monitorava o veículo.
Após o susto, na noite do mesmo dia, a mulher de 82 anos disse ao G1 ter tido "ajuda divina" ao escapar de dentro do carro conduzido por um dos dois suspeitos do crime, mas lamentou que o puxão de orelha dado na dupla não foi mais forte. "Puxei as orelhas dos dois com muita gana. Que pena que não arranquei", relembra a idosa que pediu para não ser identificada. Ainda assim, ela garante que a dor sentida por eles não foi pouca. "Tenho uma unha que é uma ferradura", afirmou.
A idosa contou ainda que, logo após o carro ser fechado pela polícia, ela imaginava que apenas o homem que dirigia o veículo e dizia ser dono do bilhete era golpista. Por isso, ela foi consolar o mais jovem quando foi alertada por policiais que se tratava de um comparsa. A descoberta despertou a ira da mulher.
"Aí o bandido estava sentado no chão e eu olhei pra ele e disse 'seu jaguara, seu cachorro sem vergonha, se passando por gente boa'. Pensei que era um pobre coitado, uma pessoa humilde", relembrou.
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