terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Suspeita de aplicar golpes com casas de praia no Rio é presa em MG

21/01/2014 
Roberta Oliveira
Do G1 Zona da Mata
Suspeita será encaminhada à penitenciária(Foto: Roberta Oliveira/ G1)

Foi presa na tarde desta terça-feira (21), em Juiz de Fora, Tatiana dos Santos Bejani, de 28 anos, procurada pela polícia por suspeita de aplicar golpes em turistas alugando, pela internet, casas inexistentes no litoral do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. A filha de um ex-prefeito da cidade mineira, que tinha dois mandados de prisão em aberto, foi detida em um salão de beleza na Rua Oscar Vidal, no Centro de Juiz de Fora. Por telefone, o pai da suspeita, Carlos Alberto Bejani, lamentou o fato. A suspeita está prestando depoimento e será encaminhada nas próximas horas à Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires.

A Polícia Militar (PM) informou que chegou até ela após denúncia anônima de que havia alguém no estabelecimento que estava foragida. Ao comparecer ao local para checar a informação, a PM relatou que, a princípio, a jovem forneceu nome falso. Tatiana foi detida e levada para a delegacia de plantão, onde prestou depoimento e assinou Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) por falsa identidade.

O delegado da 7ª Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora, Eurico da Cunha Neto, responsável pelo caso, explicou que existem três inquéritos de investigação e outros dois procedimentos que vão se tornar inquérito de estelionato envolvendo a suspeita. Tudo será investigado em Juiz de Fora.

"O crime se configura quando a pessoa leva vantagem, ou seja, quando o depósito é feito. Neste caso, os depósitos foram feitos em agências do Centro de Juiz de Fora", explicou o delegado. Ainda de acordo com o Eurico da Cunha Neto, a prisão preventiva será confirmada e a suspetia será encaminhada nesta terça-feira à penitenciária.
Imagem anexada ao inquérito de um anúncio que teria sido publicado pela suspeita na internet (Foto: Roberta Oliveira/ G1)

Ao G1, o ex-prefeito de Juiz de Fora Carlos Alberto Bejani disse que lamenta o ocorrido. “Gostaria de enfatizar que ela não foi criada por mim, não tivemos relacionamento próximo. Ela é maior de idade e sabe o que está fazendo. Ela tem uma filha que eu não sei onde está. Me dói o coração porque eu sou pai. Eu lamento”, disse.

Entenda o caso
Delegaco Eurico Cunha é o responsável pelo processo (Foto: Roberta Oliveira/ G1)

A Polícia Civil de Juiz de Fora iniciou, no dia 9 de janeiro, as buscas à procura da mineira Tatiana dos Santos Bejani, suspeita de aplicar golpes de estelionato pela internet. Contra ela existiam dois mandados de prisão datados de julho de 2012 e junho de 2013, em aberto pela modalidade criminosa. O inquérito aponta que a suspeita usava sites de negociação para oferecer casas para aluguel de temporada, no litoral brasileiro, que não existiam.

De acordo com informações repassadas pela assessoria da Polícia Civil de Belo Horizonte ao G1, o pedido de investigação encaminhado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro deu entrada no sistema no início do ano. A assessoria explicou ainda que foi instalado um inquérito na Polícia Interestadual (Polinter) de Minas Gerais e encaminhado para condução na cidade.

Transtornos da meia-irmã
Em entrevista ao G1, a advogada Carla de Oliveira Bejani contou os problemas que enfrentou por causa da suspeita de estelionato contra a meia-irmã. A advogada afirmou que as vítimas a procuraram nas redes sociais para falar sobre o golpe. "Conversei com eles, expliquei a situação", ressaltou. A advogada reforçou que não tem contato com a irmã por parte de pai. "Não temos contato. Nunca tive qualquer relação mais próxima com ela", disse. Carla inclusive compartilhou um alerta divulgado pelas vítimas para impedir novas pessoas caiam no mesmo golpe. "Tem gente que confunde, mas eu não tenho nada a ver com isso", reforçou.

Imóvel inexistente
A reportagem do jornal O Globo informou que Tatiana usava os sites para divulgar uma casa disponível para aluguel de temporada. Vítimas que buscavam locais em Cabo Frio (RJ) e Natal (RN) deram entrevistas explicando que, após fazer o pagamento descobriam que os locais anunciados não existiam. Segundo levantamento de O Globo, 12 pessoas denunciaram o golpe em delegacias do Rio de Janeiro, em outras cidades como Cabo Frio, Campos, Volta Redonda e Valença, além da Delegacia de Crimes de Internet, entre 2012 e 2014.

Orientação
O G1 entrou em contato com os sites onde a suspeita de estelionato publicou os anúncios. A assessoria do site bomnegócio.com, um dos portais que foi citado na matéria, enviou uma nota informando que a empresa conta com uma equipe de suporte aos usuários, que é responsável pela aprovação e qualidade dos anúncios publicados para evitar o surgimento de anúncios duplicados, venda de itens não permitidos pelo site, itens ilegais e fraudes. A nota também diz que o site reforça as dicas de prevenção.

Também por meio de nota, a OLX informou que o anúncio dela foi tirado do ar. A empresa ressaltou ainda que oferece a plataforma para a realização de negócios, mas que não tem controle sobre as transações fora do site.

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