Edição do dia 04/01/2014
Neide Duarte
Estamos na primeira semana de janeiro de 2014, mas até parece que o tempo está passando mais rápido. Segundo os físicos, isso é só aparência mesmo. Tudo ficou muito rápido, em pouco tempo.
Na Guerra do Vietnã, nos anos 70, as imagens iam de avião para serem exibidas no dia seguinte. As cartas demoravam para chegar. Para telefonar era preciso estar em casa ou no trabalho. As notícias, os filmes de Hollywood, tudo demorava a nos alcançar.
Hoje a vida é transmitida ao vivo, temos acesso às informações no exato momento em que elas acontecem. Tanta rapidez e ainda assim nos falta tempo. Ou será que estamos muito acelerados?
A idade é um dos fatores que determinam a sensação da passagem do tempo. Um ano na vida de uma criança de 10 anos significa 10% da sua vida. Para quem tem 40 anos, representa apenas 2,5%. Por isso um ano para um adulto é pouco tempo, comparado com um ano para uma criança.
Além da idade, o físico da USP Claudio Furukawa diz que outras questões aceleram nossa percepção do tempo. “A quantidade de informações que a gente tem é internet, é celular, é televisão, é rádio e são muitas informações ao mesmo tempo e muitas atividades ao mesmo tempo, então muitas vezes não dá conta de fazer todas as atividades que você queria fazer durante o dia, então pra você falta tempo. Então a questão de faltar tempo é como se o tempo ficasse mais curto”, explica.
Passar um tempo num parque, contemplando a natureza é como voltar para casa, é pulsar no ritmo natural do ciclo da vida. Passar o mesmo tempo dentro de um carro, conversando com 2 ou 3 amigos pela rede social, ouvindo música e prestando atenção no trânsito para não bater o carro são experiências de tempo completamente diferentes. No parque, o tempo passa mais devagar, quem faz várias coisas todas juntas, sente que o tempo voa.
“O homem é capaz de modificar sua relação com o tempo, ele é capaz de encompridar ou diminuir sua sensação de tempo, se você for pro meio da mata sem celular, o tempo vai mudar, você começa a viver o tempo da natureza, um dia será um dia diferentemente do dia numa cidade como São Paulo", comenta Ari Rehfeld, psicólogo.
Apesar de toda rapidez do mundo moderno as sementes ainda caem no chão, brotam, crescem, dão frutos, geram novas sementes e cada etapa precisa de um tempo certo para que o ciclo da vida continue.
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