quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Jornalista preso pode ter mandado incendiar carro de promotor

PUBLICADO EM 22/01/14 
GUILHERME COSTA REIS

A Polícia Civil divulgou que encontrou na agenda do jornalista Marco Aurélio Carone, preso esta semana, o endereço e os números de placas dos carros do promotor de combate ao crime organizado, André Luis de Garcia Pinho, que teve o carro incendiado no fim do ano passado. O promotor acusa Carone de usar seu site jornalístico para difamar pessoas públicas que também são alvos da quadrilha de falsários de Nilton Monteiro.

Na última segunda-feira (20), ao prender Carone por intimidar e denunciar caluniosamente testemunhas de um processo em que ele e o falsário Nilton Monteiro são réus, a Polícia Civil reteve também documentos do jornalista, entre eles a sua agenda pessoal.

No diário foram encontrados rabiscos de placas de carros e um endereço que seriam do promotor André Luis Garcia de Pinho, que pediu a prisão de Carone na semana passada.

De acordo com o delegado da 4ª Delegacia de Investigação de Falsificação, Sonegação Fiscal e Crimes Contra o Patrimônio Público, Guilherme da Costa, o Ministério Público apontou que as anotações são indícios de que o atentado contra o promotor teria a autoria da quadrilha de Nilton Monteiro. “O que nos foi passado pelo MP é que nos manuscritos da agenda estavam as placas dos carros e o endereço do promotor atacado no ano passado. Tudo isso é um indício de que a quadrilha cometeu o crime, mais ainda não existe conclusão do caso”, explicou o delegado se referindo ao inquérito do atentado que foi aberto pelo Deoesp.

Em dezembro de 2013, o carro do promotor de Justiça André de Pinho foi incendiado na região Centro-Sul da cidade. Naquela época, o promotor disse suspeitar que a ameaça e o atentado partiram do líder de uma quadrilha que estava preso na Penitenciária Nelson Hungria em Contagem. Se tratava de Nilton Monteiro, que é acusado de fabricar a lista de Furnas - documento que teria o nome de políticos que receberiam da estatal para fazer campanha - e notas promissórias falsas com cobranças milionárias em nome de políticos e empresários. Segundo as investigações da MP, Carone, com o seu site "Novo Jornal" atuava como um relações públicas da quadrilha de fraudadores. No portal, o jornalista dava divulgação caluniosa de pessoas públicas.
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