05/01/2014
Do G1 AM
Presentes vestiram camisas com fotos dos desaparecidos (Foto: Divulgação/FAEA)
Cerca de mil pessoas se reuniram na praça de alimentação do município de Apuí, distante 455 Km de Manaus, para a realização de um culto ecumênico pela vida das três pessoas desaparecidas dentro da reserva indígena Tenharim, na rodovia Transamazônica, no último mês de dezembro. Durante a celebração, na manhã deste domingo (5), os presentes pediram também o fim dos conflitos entre madeireiros e indígenas no Sul do Amazonas.
O ato foi realizado pelo Sindicato Rural do Sul do Amazonas (SINDISUL) juntamente com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Moradores de Apuí e Santo Antônio do Matupi estiveram presentes na celebração. Na celebração, moradores estamparam as fotos dos desaparecidos em camisas, que carregavam também os dizeres "Paz no campo".
Antes da cerimônia, autoridades locais relembraram o desaparecimento de Luciano Freire, Aldeney Salvador e Stef Pinheiro, e falaram sobre os possíveis desfechos para o caso. Os três seguem desaparecidos desde o dia 16 de Dezembro.
De acordo com o padre Raimundo Magalhães, pároco de Apuí, o pedido de paz deve ser interpretado como uma forma de inquietação constante, para que todos possam clamar por justiça. Durante a cerimônia, entretanto, o padre ressaltou que sede de justiça não pode ser igualada a incitação ao ódio. Além do Padre, o evento contou com a participação de pastores de Apuí e Santo Antônio do Matupi.
Após conflitos entre madeireiros e indígenas, forças nacionais de segurança foram enviadas para a região de Apuí, Humaitá e do Distrito de Santo Antônio do Matupi. As equipes participam das buscas pelos três desaparecidos na área da reserva.
Na última sexta-feira (3), a Polícia Federal divulgou uma nota informando que haviam encontrado na mata vestígios de um carro incendiado, mas negou que houvesse indícios de que o carro pertencia aos desaparecidos.
Conflitos no Sul do Amazonas
A região onde a reserva está localizada é palco de conflitos, que começaram no dia 25 de dezembro, após o desaparecimento de três pessoas. A terra indígena é cortada pela rodovia Transamazônica (BR-230). Desde então, a área localizada no sul do Amazonas vive dias de instabilidade por conta de protestos violentos que já resultaram na depredação de prédios e bens públicos de órgãos e autarquias federais relacionados a políticas públicas voltadas aos povos indígenas, além de ameaças a um grupo de indígenas que estava na cidade para tratamento de saúde.
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